sábado, 30 de junho de 2012

Tem Ouro, Mas Falta Jesus

Tem Ouro, Mas Falta Jesus

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Estudos biblicos Atosdois


O A DIVINA ALIANÇA 
Tipo: Esboços para pregar / Autor: Pr. Rodrigo Gonçalves



Êxodo – Capítulo 19

O capítulo inicia fornecendo um dado histórico sobre a época da aliança “no terceiro mês da saída do povo de Israel da terra do Egito”. Este período em nosso calendário corresponde aos dias entre meados de maio e junho. Devemos observar que a aliança não foi proposta imediatamente após a saída do Egito, mas que houve um tempo, uma preparação a nível nacional para que o pacto fosse revelado. Os Judeus comparam este prazo inicial com o prazo de 3 meses em que a mulher convertida ao judaísmo leva para ter o direito de se casar com um israelita. O povo havia passado por uma situação de escravidão, de sofrimento, de dor e em seguida por uma reviravolta em suas vidas através de livramentos e intervenções sobrenaturais pela revelação, cuidado e pelo maior conhecimento de Deus.
 
A dependência de Deus nos prepara para termos um maior e melhor relacionamento com Ele, pois nos tornamos mais sensíveis ao zelo de Deus para conosco ao ponto de desejarmos conhecê-lo cada vez mais e fazer sua vontade.
 
No deserto, os israelitas estiveram na total dependência de Deus e puderam conhecer um pouco mais d’aquele que os livrara do Egito.
Segundo o historiador Flávio Josefo, o monte Sinai é um monte que supera de longe a todos os outros das províncias vizinhas e um lugar de difícil acesso, por conter rochedos escarpados para todos os lados. É um monte temido e respeitado pelos hebreus pela crença de que Deus mora lá.
É no Sinai que Deus se manifesta e se relaciona com o povo através de Moisés. A aliança é proposta (não imposta) sob a forma de um tratado de suserania da época, um tratado entre um rei poderoso e seus vassalos. Um tratado típico continha um preâmbulo (v.3), uma introdução histórica com ênfase na benevolência do rei (v.4), obrigações específicas dos vassalos, testemunhas do tratado e uma lista de consequências da violação ou obediência ao tratado (i.e. maldições e bênçãos).
Semelhantemente acontece em nossos dias. Deus, através de um servo seu, não nos impõe, mas nos propõe uma aliança com Ele. Pela sua graça e misericórdia demonstra sua benevolência no fato de que Cristo morreu por nós sendo nós ainda pecadores. Nossos direitos e obrigações para com Ele estão pautados em sua palavra e através dela aprendemos como nos relacionar com Deus e consequentemente temos o conhecimento das bênçãos e maldições advindas da obediência e desobediência.
Quando Deus chama a Moisés, Ele diz: “ Assim falarás à casa de Jacó, e anunciarás aos filhos de Israel” . Embora pareça uma redundância, existe diferença entre “Casa de Jacó, e “Filhos de Israel” . Segundo uma interessante interpretação de um famoso exegeta Judeu chamado Rashi, “Casa de Jacó” quer dizer as senhoras, as mães e esposas. Deus quis que as primeiras palavras de Moisés fossem dirigidas com muito tato , delicadeza e habilidade às mães e às esposas, pois Deus sabia perfeitamente ser a mãe quem cuida da educação dos filhos; é ela, pelo constante convívio com os filhos, quem orienta a formação moral do seu caráter; é a mãe quem dá ao seu lar o sentido de harmonia, de carinho e de cultura. Para os judeus, Beiti Zu Ishti, minha casa é minha esposa. Somente a mulher virtuosa, à qual Salomão dedicou o 31º capítulo dos seus famosos Provérbios , só ela é dotada desse Dom natural de fixar e dotar seus filhos de amor e respeito por idéias nobres, capazes de fazer de indivíduos educados uma sociedade instruída e culta.
É interessante verificarmos que Deus atribui à família a responsabilidade de transmitir, ensinar, manter e praticar seus ensinamentos. O líder (Moisés) é responsável apenas por divulgar às famílias o desejo de Deus para com o povo.
Muitas pessoas, hoje em dia, atribuem a responsabilidade do ensino bíblico à igreja e procuram fugir de suas atribuições lançando sobre o Pastor esta incumbência. Observamos que quando os filhos por algum motivo se afastam de Deus os pais ficam se perguntando aonde erraram visto que criaram seus filhos “na igreja”. Talvez seu único erro seja tê-los criados na igreja e não na família como nos mostra o livro de provérbios quando diz para ensinarmos o menino no caminho em que deve andar.
Segundo Josefo a proposta da aliança “é a prescrição da maneira de viver mais feliz que se possa imaginar”. Por meio de um pacto solene, Israel se depara com a possibilidade de se tornar uma nação santa, separada de todas as outras; propriedade exclusiva e peculiar do próprio Deus. Santo Agostinho nos diz que fomos criados para Deus e que a nossa alma não descansará enquanto não retornarmos para Ele. É esse “descanso de alma”, esse “preenchimento” do vazio causado pelo pecado que Deus estava propondo e somente a aceitação desta proposta tornaria aqueles homens completos novamente.
A mesma proposta feita a Israel e trazida a nós pela nova aliança em Cristo Jesus. Através de Cristo nos tornamos propriedade exclusiva de Deus e podemos verdadeiramente compreender que a vida mais feliz que poderíamos imaginar é ser concêntricos em relação à sua perfeita vontade.
Por meio de um pacto solene, Israel foi feito uma nação sacerdotal – separada de todas as nações, a fim de ser instruída na verdade divina é, finalmente, levar luz a todas as nações.
O sacerdote é aquele que têm a função de representar e apresentar o povo diante de Deus. Israel foi a nação escolhida para trazer todos os povos à presença de Deus e ensiná-las na verdade divina e não para se isolar do restante do mundo como se fosse detentora do próprio Deus. A Igreja, hoje, tem o privilégio de desempenhar o mesmo papel de Israel em tempos veterotestamentários. Não deve cair no mesmo erro se isolando, se enterrando no legalismo e se achando proprietária de Deus. Deus é para todos e a igreja deve ser luz para que todos vejam e considerem o que Deus pode fazer pelo homem através de Cristo Jesus.
A forma como Israel percebe o relacionamento com Deus se divide em antes e depois da Lei dada no Sinai. O primeiro momento é identificado no verso 8 onde o povo promete Fazer o que Deus dissesse a Moisés. Este é o momento mecânico onde o ritual, o “fazer”, o “cumprir” ordens está em evidência como se a interação do homem com Deus fosse meramente uma Lei, um modo de vida que envolve exclusivamente ação e não uma maneira de vivenciar a fé.
O segundo momento só é verificado após o conhecimento da Lei em Êxodo 24:7 (momento dinâmico) onde o povo percebe que Deus não quer apenas ditar ordens mas quer interagir com eles. Nessa fase, Israel não se compromete apenas em fazer mas em ouvir e obedecer a Deus e, consequentemente atender não à ordem de uma letra morta mas, sim, à palavra do Deus vivo.
O tempo passou mas a visão do homem em relação a Deus continua a mesma. Os dois momentos (mecânico e dinâmico) continuam a existir na maneira de perceber ao Senhor.
Os dois momentos agora se dividem em antes e depois de Cristo e podem ser percebidos nitidamente.
 
Antes de reconhecer a Cristo como Salvador o homem têm o conceito mecânico de que Deus está lá em cima só ditando ordens e vendo tudo acontecer. Após sua conversão o homem percebe que Deus é pessoal e que se preocupa, cuida e interage com ele (momento dinâmico).
Segundo comentário encontrado na Bíblia anotada, eram necessárias três coisas para que o povo estivesse pronto para a aparição de Deus: purificação do corpo e das vestes (v. 10), confinamento do povo ao acampamento, através da colocação de barreiras a volta do monte (vv. 12-13, cf. v.21), e abstinência das relações sexuais (v.15).
Josefo diz que neste período eles estavam cheios de esperança nos favores que lhes havia prometido obter de Deus. Separaram-se por 3 dias de suas mulheres que por sua vez vestiram-se com seus filhos melhor que de costume e fizeram festas acompanhadas de banquetes e orações para que Deus recebesse bem a Moisés e enviasse, por seu intermédio, a graça que Moisés os havia feito esperar.
A presença de Deus exige a diferenciação entre o povo que o segue e os demais. Não se pode seguir a Deus com práticas que estejam em desacordo com Ele. A palavra hebraica “Kadosh” significa santo, separado. A Igreja de Jesus deve refletir a Jesus, deve ser separada mas ao mesmo tempo contextualizada.
É interessante observamos que existia uma grande separação e distanciamento entre Deus e o povo. Moisés foi o mediador entre Deus e os hebreus e a lei foi a ponte que uniu o homem e o Senhor. Traçando um paralelo com a situação em que se encontra a humanidade, podemos verificar que o homem encontra-se distante de Deus e o próprio Deus na pessoa de Jesus Cristo é o mediador. A graça salvadora de Cristo permite que o homem se reconcilie com seu criador e volte a viver para Ele.
A aliança entre Deus e o homem é uma mistura de Lei e graça. Ela traz o homem é uma mistura de Lei e graça. Ela traz o homem para perto de Deus e Deus para perto do homem. Ela, repreende, exorta, ensina e santifica. O homem não merece mas recebe e aquele que a recebe pode vivenciar a maravilhosa experiência de ser propriedade exclusiva de Deus.


Shalom Adonai !!!

Esboço de estudos biblicos atos dois


Não Basta Crer, É Necessário Confiar! 
Tipo: Esboços para pregar / Autor: Pr. Walter de Lima Filho



“NÃO BASTA CRER, É NECESSÁRIO CONFIAR!”
Isaías 49: 13-16

Deus nunca se esquece do Seu povo, pois estamos permanentemente gravados em Suas mãos. Nós precisamos “crer” e “confiar” nessas duas verdades.

A DUALIDADE DOS SENTIMENTOS HUMANOS:
• No coração daqueles que crêem em Deus sempre existe uma canção de fé. (Is.49:13)
• Entretanto, ao mesmo tempo em que a fé nas promessas de Deus é celebrada por muitos, é possível encontrar também reclamações. (Is.49:14)
 
• Percebe-se nas pessoas uma mescla de crença com incredulidade.
 
•  Sem fé ninguém pode agradar a Deus, porque quem vai a ele precisa crer que ele existe e que recompensa os que procuram conhecê-lo melhor. (Hb.11:6)
&A Bíblia diz:

COMO DEUS VISUALIZA O SEU POVO?
 
• Como uma criança sendo amamentada e totalmente dependente Dele.
 
• Deus lhes dá duas verdades para que acreditassem. (Is.49:15,16)
 
o Deus nunca se esquece de Seus filhos.
o O nome de Seu povo está escrito em Suas mãos. O termo “escrito” no hebraico é “esculpido”, indicando permanência.

O QUE DEUS ESPERA QUANDO NOS MOSTRA SUAS VERDADE?
• Ao nos dar verdades, Deus espera de nós uma atitude de “fé”.
 
• Você pode acreditar em muitas coisas e ao mesmo tempo não confiar nelas.
 
• Você pode acreditar que um avião pode decolar e já viu isso muitas vezes, mas lhe falta coragem para entrar em uma aeronave. Você crê que Deus o ama, mas pode não estar confiando no seu amor.
• Imagine várias alternativas naturais e espirituais.

DEUS NOS CHAMA PARA CRER E “CONFIAR” NAS SUAS VERDADES:
•  Os que confiam no SENHOR são como o monte Sião, que não se abala, firme para sempre. (Sl.125:1 RA)
&A Bíblia diz:  
• Confiar é o próximo passo depois de crer.
 
• A confiança é o que torna a sua fé completa.
 
• Carlos Drummond de Andrade disse: “A confiança é um ato de fé, e esta dispensa raciocínio.”

A FÉ OU A CONFIANÇA NÃO TEM A LÓGICA HUMANA COMO BASE.
 
•  Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus. (Mt.4:4)
&Jesus disse:  
• Jesus está dizendo que o natural não pode satisfazer todas as nossas necessidades e que precisamos do sobrenatural que vem da Palavra que sai da boca de Deus.

NOSSAS PALAVRAS E A PALAVRA DE DEUS.
• Nossas palavras são carregadas com um espírito lógico ou racional, mas a Palavra que sai da boca de Deus, nos traz o Espírito e a vida elevada.
 
•  O Espírito de Deus é quem dá a vida, mas o ser humano não pode fazer isso. As palavras que eu lhes disse são espírito e vida. (Jo.6:63 NTLH)
&Jesus disse:  
• As palavras humanas dão algum consolo, mas a Palavra de Deus dá arranque, força, poder e nos levanta para lutar!
 
• A Palavra de Deus nos tira da condição caótica em que estamos!

NÓS PRECISAMOS DA PALAVRA E DO ESPÍRITO DE DEUS.
• Lembre-se de Gênesis 1:1-3, e veja como Deus tirou esta terra do caos em que estava.
 
• Foi por meio do poder do Espírito Santo e da Palavra de Deus que tudo foi feito.
 
• Eu não conheço a sua escuridão, só você a conhece.
 
• Só você conhece a profundidade de seus medos, mas há uma coisa que eu conheço: o amor de Deus!
 
• O poder que Ele tem para levantar pessoas que estão caídas ou destruídas.
 
•  Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá. (Jo.11:25 RC) A palavra “crer” aqui significa “estar vivendo com fé ou confiança” Nele”
&Jesus disse:

COMO PODE ALGO MORTO VOLTAR A VIVER?
 
• Quando Jesus pronuncia Sua Palavra de Espírito e Vida, nem mesmo a morte, a destruição, o medo ou o caos podem detê-la!
 
• Só você pode! Somente a sua vontade pode deter o que Deus pode fazer por você em Cristo Jesus!

O RESULTADO DA AÇÃO DO ESPÍRITO SANTO E DA PALAVRA DE DEUS EM NÓS.
• Quando Deus por meio do Seu Espírito e de Sua Palavra restaura algo que estava morto ou destruído, é impossível não haver canções nos céus, alegria na terra e gritos de festa! (Is.49:13)
 

 Ponha a sua vida nas mãos do SENHOR, confie nele, e ele o ajudará. (Sl.37:5 NTLH)
&Fuja do espírito de incredulidade e amargura. (Is.49:14) Creia e dê o próximo passo, confie!  

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Este é o da semana passada, muito bom.


Texto Básico: Ap 20:7-15
“Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicadores, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre, o que é a segunda morte“(Ap 21:8).
INTRODUÇÃO
Após o Reino de Cristo na Terra por mil anos, e com Satanás fora do cenário, ocorrerá o “Juízo Final”, que diante do Trono Branco representa o poder ilimitado de Deus e a perfeição da execução dos Seus atos de justiça. O que está assentado sobre o Trono é o Rei dos reis e Senhor dos senhores. Ninguém, exceto a Igreja e os integrantes da Primeira Ressurreição, escapará do julgamento final. Lá estarão senhores e servos, sábios e indoutos, ricos e plebeus. Lá a justiça divina será aplicada a todos. Será o momento em que serão julgados todos os ímpios que se rebelaram contra Deus, em todos as eras, bem como aqueles que não aceitaram o sacrifício de Jesus Cristo em prol da Salvação da humanidade.
I. O QUE É O JUIZO FINAL
Na Bíblia inteira, Deus é visto como Justo Juiz. Ele pronunciou juízos, nos tempos antigos, contra Israel, e também contra as nações. No fim dos tempos não vai ser diferente. Todo ser humano devia se preocupar com esse momento, pois fora da Salvação em Cristo, indubitavelmente, enfrentará esse momento que, infelizmente, nele só haverá um veredicto: a condenação eterna (Ap 20:15).
1. O Juízo final. O “Juízo Final” será o julgamento a que serão submetidos os incrédulos de todas as eras, que foram ressuscitados, na consumação de todas as coisas(Ap 20:5). É chamado também de “Juízo do Trono Branco”, porque a narrativa bíblica se inicia com a visão de um “Grande Trono Branco”. Ocorrerá depois do término do reino milenial de Cristo, depois da condenação definitiva do Diabo e suas hostes. Na Bíblia, este julgamento é explicitamente mencionado, pela primeira vez, por Daniel (Dn 7:9,10). Era algo de pleno conhecimento dos judeus, como mostra Marta, irmã de Lázaro, ao se dirigir ao Senhor, quando este chegou a Betânia quatro dias após a morte de seu amigo(João 11:24). Terá como objetivo retribuir a cada um segundo as suas obras(Ap 20:11-15). A Igreja - a Universal Assembleia dos Santos (Hb 12:23) - não será submetida ao Juízo Final, por haver crida na eficácia da morte e da ressurreição do Filho de Deus.
O Novo Testamento menciona cinco categorias de Julgamentos definitivos:
a) Julgamento da Igreja (2Co 5:10). O julgamento da Igreja é o chamado “Tribunal de Cristo”, que ocorrerá logo após o arrebatamento, antes das Bodas do Cordeiro. Acontecerá nas regiões celestiais. Neste tribunal, os crentes serão julgados pelas obras que tiverem feito por meio do corpo, ou bem, ou mal (Rm 14:10; 2Co 5:10). Este julgamento não envolve salvação ou perdição, pois todos os crentes que forem arrebatados estarão salvos, mas serão julgadas as obras com vistas à entrega de recompensas, do “galardão”. Nesta oportunidade, muitos serão surpreendidos, pois Deus conhece o coração do homem (1Sm 16:7) e sabe a qualidade de tudo o que está sendo feito em Sua obra, não atentando para a aparência. Diante disto, muitos que, aparentemente, terão feito muito pela obra do Senhor, nada receberão, porquanto suas obras serão consideradas como palha, como madeira, sem condição de resistir ao crivo divino; e outros, que, aparentemente, nada teriam feito pelo Senhor, receberão galardões, pois trabalharam em silêncio, sem alarde, mas com dedicação e real devoção. Os critérios do julgamento e o seu tratamento são descritos em 1Co 3:12-15.
b) Julgamento de Israel (Ez 20:34-38;Ml 3:2-5). O segundo julgamento é o julgamento de Israel, o povo escolhido de Deus. A Grande Tribulação será o instante em que Deus tratará com a nação israelita e, ao término da Grande Tribulação, Deus terá provado este povo e só o remanescente será salvo. Aqui, de imediato, vemos uma diferença entre quem fez parte do arrebatamento e quem não fez. Enquanto que o julgamento da Igreja não envolve salvação ou condenação eternas, os demais julgamentos têm em vista o destino eterno dos indivíduos. Na Igreja vitoriosa e glorificada, os crentes não correm risco de perder a vida eterna, conquistada pela fé em Cristo Jesus, mas, tanto em Israel quanto entre os gentios incrédulos, o julgamento divino envolve a possibilidade concreta e bem provável de se viver eternamente sem Deus e sem salvação. É o remanescente que será salvo (Rm 9:27), porque se arrependerão de seus pecados e aclamarão a Jesus como o Messias (Zc 12:10).
c) Julgamento das Nações (Mt 25:31-46). Esse julgamento acontecerá na terra sobre aqueles que sobreviveram ao Armagedom. Serão julgados com base no tratamento dado a mensagem do reino, aos seus mensageiros e ao modo como trataram a nação de Israel. Este julgamento terá como finalidade apartar os “bodes” das “ovelhas”, ou seja, decidir quem passará com Cristo o reino milenial e quem não passará o milênio, ficando a aguardar o julgamento final e definitivo. Neste julgamento, serão ressuscitados apenas aqueles que desfrutarão o milênio com Cristo, os bem-aventurados que completam o número daqueles que tomam parte da primeira ressurreição (Ap 20:6). Os demais indivíduos, com exceção do Anticristo e do Falso Profeta, que já terão sido lançados vivos no lago de fogo e de enxofre, que será inaugurado naquela oportunidade(Ap 19:20), aguardarão o julgamento que ocorrerá somente ao término do Milênio.
d) Julgamento dos anjos maus (1Co 6:3;Jd 6). Judas revela o fato de que anjos serão trazidos a julgamento: “e aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão e em prisões eternas até ao juízo daquele grande Dia” (Jd 6). Serão julgados e condenados ao lago de fogo juntamente com o Diabo, logo após o Milênio e antes do juízo do Trono Branco (Mt 25:41).
e) Julgamento do Trono Branco (Ap 20:11-15). Este é o chamado “Julgamento Final” ou “Juízo Final” ou, ainda, o “Juízo do Trono Branco”, que terá lugar depois do término do reino milenial de Cristo. Logo após os rebeldes serem devorados pelo fogo do céu que cairá sobre os exércitos que estarão a cercar o lugar santo em Israel, terá findado a história humana. O tempo deixará de existir e Deus chamará à sua presença todos os seres humanos que foram criados e que ainda não tinham sido julgados até então, ou seja, todo ser humano que não pertence nem à Igreja, nem ao Israel salvo e nem ao grupo dos mártires da Grande Tribulação, que já terão sido julgados. Estes outros homens são os que serão levados a julgamento neste último grande tribunal da história.
2. Não confundir o Julgamento das Nações (Mt 25:31-46) com o do “Grande Trono Branco”(Ap 20:11-15). Há quem considere e ensine que a passagem bíblica de Mt 25:31-46(Julgamento das Nações) e a de Ap 20:15(Julgamento Final ou do Trono Branco) se referem a um só acontecimento, ou seja, para estes ensinadores, haverá um único julgamento, que eles denominam de Juízo Universal. Isto, porém, não se sustenta diante de uma análise, mesmo superficial, da Palavra de Deus. Entretanto, seja como for, para o crente salvo não haverá julgamento para condenaçãopois conforme afirmou o Senhor Jesus em João 5:24: “… quem ouve a minha Palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida“. Também Paulo afirmou: “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus…” (Ro 8:1). Nossos pecados já foram julgados na Cruz do Calvário, na Pessoa de Jesus Cristo - Ler Is 53:5. Veja a seguir as diferenças entre esses dois julgamentos, que impossibilitam torná-los um só acontecimento: Em Mateus não há nenhuma ressurreição antes do julgamento, mas apenas uma reunião dos eleitos (Mt 24:31). Enquanto em Apocalipse há uma ressurreição de todos os incrédulos. Em Mateus o julgamento é de nações viventes. Em Apocalipse é dos mortos. Em Mateus as nações são julgadas. Em Apocalipse não trata de entidades nacionais, pois o céu e a terra fugiram e, já que as nações estão confinadas à Terra, o mesmo acontecimento não poderia ser descrito.Em Mateus o julgamento é na Terra. Em Apocalipse o céu e a Terra fugiram. Em Mateus não há livros a ser consultados. Enquanto em Apocalipse os livros são abertos, o livro da vida é trazido, e os que não se encontram nele são lançados no lago de fogo.Em Mateus o julgamento ocorre no retorno de Cristo à Terra. Em Apocalipse ocorre após o fim dos mil anos da presença de Cristo na Terra. Em Mateus aparecem duas classes de pessoas, os justos e os incrédulos. Em Apocalipse apenas os incrédulos aparecem. Em Mateus alguns foram para o reino e outros para o castigo. Em Apocalipse nenhum dos que são julgados vai para a bênção, mas todos vão para o castigo eterno. Em Mateus o juiz está sentado no “trono da sua glória” (Mt 25:31). Em Apocalipse Ele está sentado no “Grande Trono Branco”. Em Mateus a base do julgamento é o tratamento dos irmãos. Enquanto em Apocalipse o julgamento se baseia nas suas obras. Em Mateus a vinda de Cristo precede o julgamento. Em Apocalipse nenhuma vinda é mencionada. Em Mateus a sentença é pronunciada e a separação é feita antes de ser conhecida a causa do julgamento. Em Apocalipse não há nenhum julgamento até que ocorra cuidadoso exame dos livros. Em Mateus não há um milênio precedente, pois há o registro dos que passaram fome, sede, nudez, doença, aprisionamento e foram estrangeiros. Em Apocalipse uma era milenar precede o acontecimento (Ap 20:5). Essas considerações parecem suficientes para apoiar a afirmação de que não se trata de um único e mesmo julgamento, mas de duas partes separadas do plano de julgamento de Deus.
II. O JULGAMENTO DA BESTA (ANTICRISTO), DO FALSO PROFETA (SEGUNDA BESTA) E DO DRAGÃO (SATANÁS)
1. O Juízo sobre o Anticristo e o Falso profeta. Assim está narrado o fim do Anticristo e do Falso profeta: “E a besta foi presa e, com ela, o falso profeta, que, diante dela, fizera os sinais com que enganou os que receberam o sinal da besta e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no ardente lago de fogo e enxofre” (Ap 19.20). Portanto, o Anticristo e o Falso profeta, na Batalha do Armagedon, serão aniquilados pela espada que sai da boca de Cristo (isto é, por sua Palavra), e serão lançados vivos no lago de fogo e enxofre, que é o inferno propriamente dito (Ap 19:20). É o fim das duas “bestas”. Amém!
2. O Juízo sobre o Dragão (Ap 20:9). Quando se completarem os mil anos, Satanás será solto da sua prisão e sairá a seduzir as nações hostis a Cristo que há nos quatro cantos da Terra, chamados de Gogue e Magogue(Ap 20:7-8). Aqui, Gogue e Magogue não devem ser confundidos com os dos textos de Ezequiel 38-39. Na passagem do Antigo Testamento, Magogue é um território extenso ao norte de Israel, e Gogue é seu governante. Neste texto de Apocalipse, as palavras se referem às nações do mundo em geral. Em Ezequiel, o contexto é pré-milenar; Em Apocalipse, é pós-milenar. Depois de recrutar um exército de rebeldes ímpios, o Diabo marchará contra Jerusalém, a cidade do Grande Rei, “a cidade amada”. Mas fogo descerá do céu vindo de Deus e consumirá as forças hostis (cf Ap 20:9). Pode parecer surpreendente que Satanás conseguirá reunir um exército de incrédulos no final do milênio. É importante lembrar, porém, que todas as crianças geradas durante o reinado de Cristo nascerão com a natureza gentílica, pecadora, e precisarão ser salvas. Nem todos aceitarão a Cristo como Rei legítimo. Os rebeldes se dispersarão por toda a Terra, procurando afastar-se o máximo possível de Jerusalém, a capital do Governo de Cristo. Após os exércitos de Satanás ser devorados por Cristo, Satanás será, para sempre, destruído, esmagado - “E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo sempre” (Ap 20:10). O julgamento divino é a destruição e ruína total de Satanás. No inferno (o lago de fogo e enxofre), ele não reinará, sendo sempre atormentado, dia e noite, eternamente.
III. A INSTALAÇÃO DO TRONO BRANCO
Lançado o diabo no lago de fogo e de enxofre, cessará o tempo histórico e será instalado o Grande Tribunal, também conhecido como o Grande Trono Branco, a ser presidido por nosso Senhor Jesus Cristo - “E vi um grande trono branco e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu, e não se achou lugar para eles. E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se os livros”(Ap 20:11,12).
1. O Grande Trono Branco. O Grande Trono Branco simboliza o poder ilimitado de Deus e a perfeição da execução de seus atos de justiça. É Grande por causa das questões envolvidas, e é Branco devido a perfeição e pureza dos veredictos que ali serão dados. Os ímpios, os incrédulos, aqueles que morreram sem Cristo, de todas as épocas, os grandes e os pequenos, estarão postos em pé diante do Juiz para serem julgados.
a) O Juiz que irá presidir este Julgamento. O Senhor Jesus Cristo, o Justo Juiz, conduzirá esse último Julgamento. Ele foi designado pelo Pai para essa missão. Assim diz o texto Sagrado: “Mas Deus […] tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do varão que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dos mortos” (At 17:31). Ele mesmo expressou: “E também o Pai a ninguém julga, mas deu ao Filho todo o juízo” (João 5:22). Portanto, no Juízo Final, todos estarão em pé ante o trono (Ap 20:12, ARA), mas haverão de se prostrar diante do Justo Juiz para receber a sentença (João 5:22,23). Todos aqueles que não quiseram se prostrar diante do Rei dos reis, antes da Segunda Vinda, durante a Grande Tribulação e por ocasião do Milênio, estarão ali, onde terá pleno cumprimento o que diz Filipenses 2:10,11: “para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai“.
b) O Local e o tempo do Julgamento Final. Pela Bíblia sabemos o local e o tempo dos outros Julgamentos. Sabemos que o Julgamento dos nossos pecados foi realizado na Cruz do Calvário, no ano 29 d.C. O Julgamento de nossas obras será realizado no Céu, diante do Tribunal de Cristo, após o Arrebatamento da Igreja. O Julgamento da Nação de Israel será realizado na Terra, durante a Grande Tribulação. O Julgamento das Nações - Mateus 25:31-46 - será realizado na Terra, no término da Grande Tribulação e antes do Milênio. Todavia, ninguém pode determinar o local em que será realizado o Julgamento Final. Não será no Céu e não será na Terra, pois, estes fugiram da presença daquele que estava assentado sobre o Trono Branco - “… e não se achou lugar para eles“(Ap 20:11). Sabe-se, somente, que será depois do Milênio.
c) Os réus do Julgamento. Fica evidente pelo texto de Apocalipse 20:11-15 que esse é um julgamento dos chamados “os mortos”(Ap 20:12,13) - “E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se os livros. E abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras. E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras“. Não há nenhuma referencia aos vivos. Assim, podemos afirmar que, no Julgamento Final, diante do Trono Branco, estarão todos os mortos ímpios de todos os tempos, não importa quando, onde ou como tenham morrido. Ninguém será esquecido na terra, no mar, no inferno (hades), em lugar nenhum - “Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram…” (Ap 20:5). Estes, ao ressuscitarem, receberão um corpo dotado de vida eterna, porém, não será um corpo de glória como os que receberam os salvos. Será um corpo sem glória “… para vergonha e desprezo eterno” (Dn 12:2). Conforme afirmou o Senhor Jesus: “E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição da condenação” (João 5:29).
d) A base do Julgamento. Esse Julgamento, ao contrário de uma concepção popular errada, não tem por finalidade apurar se aqueles que o enfrentam serão salvos ou não. Todos os que devem ser salvos já foram salvos e entraram no seu estado eterno. Os que serão abençoados eternamente já entraram na sua bênção. Esse é antes um julgamento das más obras dos incrédulos - “[…] E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras”(Ap 20:12).
e) O resultado do Julgamento. Nesse último grande Juízo não serão proferidas duas sentenças, como ocorreu no Julgamento das Nações (Mt 25:46). Haverá uma única condenação para os ímpios (Ap 20:15). Alguns dizem que os salvos também hão de ser julgados, mas isso contraria o que Jesus afirmou, em João 5:24: “Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entrará em juízo, mas passou da morte para a vida” (ARA). Portanto, o salvo em Cristo tem a vida eterna hoje e não será julgado mais quanto ao pecado (cf. Rm 8:1,33,34), a menos que se desvie do caminho da justiça (2Pe 2:20-22; Mt 24:13; Ap 3:5). O resultado desse julgamento fica bem claro em Apocalipse 20:15: “E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo”. A eterna separação de Deus é o destino eterno dos incrédulos. É o que a Bíblia considera de segunda morte (Ap 20:14).
2. Os livros do juízo final - E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se os livros. E abriu-se outro livro, que é o da vida…”(Ap 20:12). Naquela ocasião, vários livros serão abertos e tudo o que está gravado no coração dos seres humanos, na parte mais profunda de seu ser, virá à tona. Deus, por meio de Cristo Jesus, julgará os segredos de cada um (Rm 2:16). Os mortos serão julgados de acordo com as coisas escritas nos livros, isto é, segundo as suas obras (Ap 20:12). Isso significa que o Senhor tem o registro de tudo o que fazemos (Sl 139:16; Ml 3:16; Sl 56:8; Mc 4:22). E aquele cujo nome não constar do Livro da Vida será lançado no Lago de Fogo (Ap 20:15). Conforme ensina o pr. Ciro Sanches Zibordi, o Livro da Vida é o registro de todos os salvos, de todas as épocas (Dn 12:1; Ap 13:8; 21:27), “desde a fundação do mundo” (Ap 17:8). Os outros livros contêm um registro detalhado das obras dos incrédulos. Nenhum dos presentes no julgamento do Grande Trono Branco encontra-se registrado no Livro da Vida. De acordo com a Palavra de Deus, existe a possibilidade de pessoas salvas, que não perseverarem até ao fim, terem os seus nomes riscados do Livro da Vida do Cordeiro (Ap 3:5). Em Êxodo 32:32,33 vemos essa verdade na intercessão de Moisés pelo povo: “Agora, pois, perdoa o seu pecado; se não, risca-me, peço-te, do teu livro, que tens escrito. Então, disse o Senhor a Moisés: Aquele que pecar contra mim, a este riscarei eu do meu livro”. Alguns, ainda, afirmam que “Deus relacionou toda a humanidade no Livro da Vida e só risca quem não recebe a Cristo como Salvador”. Não obstante, a promessa “de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida” (Ap 3:5) é dirigida aos salvos que vencerem, e não aos pecadores que se converterem. Estes, conquanto tenham os seus nomes arrolados no Céu ao receberem a Cristo, precisam perseverar até ao fim (Mt 24:13). Em Filipenses 4:3, o apóstolo Paulo mencionou cooperadores “cujos nomes estão no Livro da Vida”, porém antes ele asseverara: “estai sempre firmes no Senhor, amados” (Fp 4:1). Não foi por acaso que os pastores das sete igrejas da Ásia ouviram do Senhor a mensagem: “Quem vencer” (Ap 2-3). A manutenção no nome de alguém no Livro da Vida está condicionada à sua vitória até ao fim (Ap 3:5). Somos filhos de Deus hoje (João 1:11,12), mas devemos atentar para o que diz Apocalipse 21:7: “Quem vencer herdará todas as coisas, e eu serei seu Deus, e ele será meu filho” (ZIBORDI, Ciro Sanches - Teologia Sistemática Pentecostal - CPAD).
IV. O JULGAMENTO DOS MORTOS
Diante do Trono Branco estarão todos os mortos que não fazem parte da Primeira Ressurreição. Em Apocalipse 20:13 está escrito que o mar dará os mortos que nele há. Jesus também afirmou que “vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz” (João 5:28). Onde quer que estiverem, os pecadores ressuscitarão para comparecer diante do Trono Branco. O Senhor Jesus falou sobre Duas Ressurreições: uma ele chamou de Ressurreição da Vida, e a outra de Ressurreição da Condenação - “Não vos maravilheis disso, porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram mal, para a ressurreição da condenação“(João 5:28,29). Nesta passagem bíblica fica claro que uma é aRessurreição dos Justos e a outra é a  Ressurreição dos Ímpios. Os justos ressuscitarão primeiro, por isto chamamos a ressurreição dos justos de Primeira Ressurreição. Os ímpios somente ressuscitarão depois do Milênio, diante do Trono Branco, e para o Julgamento Final, por isto chamamos a ressurreição dos ímpios de Segunda Ressurreição (ler Ap 20:5). Na Primeira Ressurreição, os salvos ressuscitarão num corpo glorificado, conforme o corpo de Cristo(Fp 3:21). Na Segunda Ressurreição, os ímpios ressuscitarão num corpo imortal, porém, sem nenhuma glória, sem qualquer beleza, “para vergonha e desprezo eterno”(Dn 12:2). Esta Segunda Ressurreição acontecerá numa única etapa. Todos os ímpios, de todos os tempos, ressuscitarão e comparecerão diante do Trono Branco, para o Julgamento Final. Instalado o Tribunal, ante o Grande Trono Branco, onde estará assentado Jesus Cristo - não como Salvador, mas como Juiz -, serão chamados os réus, que são todos os homens e mulheres que ainda não tiverem sido julgados até então. Nesse momento da chamada dos acusados, haverá a ressurreição geral dos mortos, ou seja, a chamada “ressurreição do último dia”, mencionada por Marta quando abordada por Jesus no dia da ressurreição de Lázaro em Betânia. Essa ressurreição será uma ressurreição em carne, ou seja, Deus promoverá a reunião da matéria e restabelecerá os corpos daqueles que, durante toda a história da humanidade, viveram sobre a face da Terra e desprezaram deliberadamente e conscientemente a oferta de Deus para trazer o ser humano ao estado original da criação, ou seja, à comunhão eterna com o seu Criador. Esta é uma das provas bíblicas de que ressurreição não se confunde com reencarnação, pois se Deus irá retomar toda a matéria de que foi criado o ser humano que viveu durante toda a história da humanidade dos locais em que eles morreram (Ap 20:13), isto é uma demonstração de que se morre apenas uma vez sobre a face da Terra(cf Hb 9:27), ao contrário do que afirmam os reencarnacionistas. Ainda mais, não há notícia de que venha a ser ressuscitado qualquer corpo que venha de outro planeta, a comprovar, também, que a teoria reencarnacionista, que sustenta a vida em outros planetas para justificar o crescimento populacional, não tem qualquer fundamento bíblico. A Sentença - ou o Resultado deste Julgamento: “… E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo”(Ap 20:14-15). São com estas palavras, e com esta afirmação, que será encerrada a Ata do Julgamento Final. Assim, os ímpios, os réus do Julgamento dos Mortos, estarão no “lago de fogo” enquanto viverem, e, viverão eternamente - “… de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre”(Ap 20:10). Chamamos isso de a “segunda morte“, que significa a separação eterna de Deus. “O sinistro fato do castigo eterno para os ímpios é a maior razão para levar o Evangelho a todo o mundo, e fazer o máximo possível para persuadir as pessoas a arrependerem-se e a aceitarem a Cristo antes que seja tarde demais” (Nota da Bíblia de Estudo Pentecostal). V. O JULGAMENTO DA MORTE E DO INFERNO
O pastor Ciro Sanches Zibordi explica com muita substância este assunto. Diz ele: Segundo a Palavra de Deus, a morte (gr. thanatos) e o inferno (gr. hades) darão os seus mortos, os quais, após o Juízo Final, serão lançados no Lago de Fogo (Ap 20.13,14). O vocábulo “morte”, na passagem em análise, tem sentido figurado; trata-se de uma metonímia (figura de linguagem expressa pelo emprego da causa pelo efeito ou do símbolo pela realidade), numa alusão a todos os corpos de ímpios, oriundos de todas as partes da Terra, seja qual for a condição deles. Há pessoas cujos corpos são cremados; outras morrem em decorrência de grandes explosões, etc. Todas terão os seus corpos reconstituídos para que, em seu estado tríplice (cf. I Ts 5.23), compareçam perante o Juiz. No entanto, para que alguém compareça ao julgamento em seu estado pleno - espírito, alma e corpo -, estes elementos terão de ser reunidos. Daí a ênfase de que “a morte” e também “o inferno” darão os seus mortos. O termo “inferno” aqui é hades, também empregado de forma metonímica. Em outras palavras, assim como a “morte” dará o corpo, o Hades dará a parte que não está neste mundo físico, isto é, a alma (na verdade, alma+espírito). Todos os sentenciados ao Lago de Fogo, no Trono Branco, serão pecadores já condenados (cf. João 3.18,36), haja vista o Hades ser um lugar de tormentos onde os injustos aguardam a sentença definitiva (cf. Lc 16.23). Nenhuma alma salva em Cristo se encontra no Hades, mas no Paraíso (Lc 23.43; 2 Co 12.2-4). Nesse caso, os mortos salvos durante o Milênio ressuscitarão antes do Juízo Final, mas não para comparecerem diante do Justo Juiz como réus (cf. João 5.22-29). Com base no que foi dito acima, podemos entender melhor a frase “a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo” (Ap 20.14). Isso denota que os corpos e as almas dos perdidos - que saíram do lugar onde estavam e foram reunidos na “segunda ressurreição”, a da condenação (João 5.29b) -, depois de ouvirem a sentença do Justo Juiz, serão lançados no Inferno propriamente dito, o Lago de Fogo. A frase “a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo” (Ap 20.14) tem uma correlação com o que Jesus disse em Mateus 10.28: “Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo” (ARA). Ou seja, as almas (”o Hades”) e os corpos (”a morte”) serão lançados no Geena. Depois disso, nunca mais haverá morte, o último inimigo a ser vencido (I Co 15.26) (ZIBORDI, Ciro Sanches. Teologia Sistemática Pentecostal - CPAD). CONCLUSÃO
À luz da Palavra de Deus, o Senhor anuncia a todas as pessoas, em todos os lugares, que se arrependam, pois tem determinado um Dia em que, com justiça, há de julgar o mundo por meio do Senhor Jesus Cristo (At 17:31). Como vimos nesta aula, o resultado desse julgamento é a separação eterna de Deus. É descrito por João: “E aquele que não foi escrito no Livro da Vida foi lançado no lago de fogo”. Esta advertência não pode passar despercebida. É clarividente que o visto de entrada para o Céu é: ter o nosso nome escrito no Livro da Vida. Isso significa aceitar a Jesus como Salvador e Senhor. Portanto, viver de forma que agrademos a Deus é, sem dúvida alguma, uma motivação para que não sejamos partícipes do Juízo Final, pois nele não serão julgados aqueles que receberam a Salvação em Cristo Jesus e foram fiéis até o fim. —-

Subsidio da ultima lição do trimestre da escola biblica da CPAD



A Formosa Jerusalém - Luciano de Paula Lourenço

Texto Básico: Apocalipse 21:9-18
“Mas nós, segunda a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça”(2Pe 3:13)
INTRODUÇÃO
Quando Deus criou o ser humano Ele o fez não para viver um período de tempo determinado, mas para viver indefinidamente, desde que fosse obediente ao seu Deus, ao seu Criador. Deus o proibiu de comer “da árvore do conhecimento do bem e do mal”; se fosse desobediente a esse mandamento morreria (Gn 2:17), ou seja, enquanto O obedecesse, viveria independentemente do tempo. O ambiente desta eternidade condicional era o Éden, onde Deus havia criado um jardim para nele pôr o homem e sua companheira (Gn 2:8). Entretanto, o homem desobedeceu a Deus, por isso passou a sofrer o impacto do tempo e a morte física (Gn 3:19), bem como a destituição da glória de Deus. Por causa disso, o ser humano perdeu a oportunidade de viver num lugar onde desfrutaria continuadamente da presença e da companhia do Senhor (Gn 3:22,23). Foi expulso do Éden. Entretanto, é importante observar, que ao expulsar o homem do Éden, Deus mostrou toda a Sua misericórdia e graça, pois, dali por diante, empreendeu um plano a fim de fazer o homem retornar ao convívio eterno com Ele, numa eternidade irreversível. O alvo de Deus para o homem é, precisamente, criar este novo ambiente de comunhão, este novo “tabernáculo de Deus com os homens”(cf Ap 21:3), que é, precisamente, a Nova Jerusalém, a Formosa Jerusalém Celestial, de que falaremos nesta Aula.
I. O QUE É A NOVA JERUSALÉM CELESTIAL
A Nova Jerusalém é a cidade celestial que foi feita para ser o local onde Deus habitará juntamente com os homens que lhe foram fiéis e aceitaram a sua oferta de submissão e obediência à sua Palavra. É o local que substituirá o Éden como morada de Deus com os homens. Ela é explicitamente mencionada e revelada no capítulo 21 do livro do Apocalipse, mas, antes da visão do apóstolo João, já havia referências a ela nas Escrituras. O próprio Jesus já havia mencionado existir um lugar que seria por Ele preparado para que os seus servos nele habitassem para sempre com o Senhor (João 14:1-3).  O objetivo de Deus é fazer com que tenhamos, novamente, um lugar onde possamos habitar com Deus, e a Nova Jerusalém é este local. Mas, se bem analisarmos, veremos que o Senhor é tão maravilhoso que, ao invés de tão somente substituir o Éden, proporcionou um lugar melhor do que o Éden. Ao vermos que a Nova Jerusalém é superior ao Éden, temos que concluir que os bem-aventurados que nela puderem entrar (cf. Ap 22:14) reconhecer-se-ão uns aos outros, serão pessoas conscientes de onde estão, de quem são e porque ali estão. Muitos indagam se no Céu nós iremos ter noção de quem somos, de onde estamos e que o que estaremos a fazer. Muitos acham que, como a Bíblia afirma que não nos lembraremos mais de nossas dores e tristezas deste mundo, seremos pessoas sem noção do que fomos aqui na Terra e não teremos condição de nos reconhecermos uns aos outros. Entretanto, não entendemos assim. Por que Deus salvaria milhões e milhões de pessoas, para com eles habitar, se estas pessoas não tivessem sequer a noção de quem são, de quem é Deus e de onde estão? Como pessoas que venceram o pecado, que combateram o bom combate, que foram fiéis até o fim, passariam a eternidade sem a mínima noção de quem são? Como poderiam pessoas glorificadas terem menos consciência do que quando viviam ainda numa natureza sujeita ao pecado? Certamente que homens e mulheres remidos, vivos para todo o sempre, não terão motivo algum para se lembrarem ou se amargurarem com sofrimentos, pesares, recordações do tempo em que viveram nos antigos céus e terra. Agora, o fato de não nos lembrarmos, de não ficarmos presos a fatos passados, em absoluto significa que seremos verdadeiros “zumbis” na Nova Jerusalém, sem saber sequer quem somos. Deus, pelo seu caráter, jamais iria realizar um plano para a salvação do ser humano que quis conhecer o bem e o mal, para ter adoradores inconscientes e sem noção sequer de quem são. Como poderá o ser humano, na eternidade, louvar e bendizer ao Senhor, para todo o sempre, sem sequer saber quem é e que existem outras pessoas ali juntamente com ele? Definitivamente, não é esta ideia concordante com o que as Escrituras afirmam ser o nosso Deus. Se soubesse que, na eternidade, eu seria apenas uma “fumacinha”, vagando na imensidão de um céu irreal, sem identidade, despojado de minha personalidade, não sabendo quem eu sou, e nem quem eu fui, de onde vim e o que estou fazendo ali, então eu não gostaria de estar lutando para viver nesse céu! Todavia, pela Bíblia, eu sei que existe um Céu, que este Céu é real, que o Senhor Jesus o identificou como sendo a “Casa de meu Pai“. Que lá eu terei um corposemelhante ao de Jesus, real, tangível, glorioso. Que eu terei uma identidade, que vou saber quem sou, como cheguei até ali, que vou poder servir, e adorar, eternamente o meu Salvador e Redentor.
II. AS CARACTERISTICAS DA NOVA JERUSALÉM
O Apóstolo João disse: “… e mostrou-me a grande cidade, a santa Jerusalém…”. Quer nos parecer que João não teve dúvidas em identificar o que ele viu: ele disse ter visto uma cidade. Contudo, descrever como era essa cidade, tornou-se um desafio para o Apóstolo “… a quem Jesus amava…”(João 21:20). Certamente que, sob a orientação do Espírito Santo, ele usou símbolos, figuras, para falar da grandeza, da perfeição, da beleza da Formosa Jerusalém Celestial.
1. É um lugar real. A Formosa Jerusalém Celestial é uma cidade real, visível, palpável; uma cidade que tem fundamentos e cujo Artífice e Construtor é o próprio Deus (Hb 11:10).
a) Abraão pôde crer na existência desta cidade. Abraão viveu aqui na Terra, porém, não fixou nela as suas raízes. Ele tinha os pés na terra e o pensamento no céu. Era diferente de muitos pregadores de hoje, os quais induzem o povo a pensar e a lutar pela conquista dos bens terrenos. Com relação a ele a Bíblia diz: “Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia. Pela fé habitou na terra da promessa, como em terra alheia, morando em cabanas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa. Porque esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus“(Hb 11:8-10). Hoje nós sabemos, pela revelação que foi dada ao apóstolo João que esta cidade é a Formosa Jerusalém Celestial. Abraão creu na existência desta cidade. Não sabemos como ele teve essa revelação, mas ele tinha convicção de que ela era real.
b) Paulo também pôde crer como creu Abraão. Paulo cria, como creu Abraão, por isto dizia que - “… a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fp 3:20). Abraão não fundou nenhuma cidade, na Terra: nem ergueu um Império para si, ou para os seus. Paulo, também, não! Abraão e Paulo, dois homens chamados por Deus, viveram na esperança de um dia habitar na Jerusalém Celestial, a Cidade que tem fundamento e cujo Artífice e Construtor é Deus.
c) Nós também podemos crer, como creram Paulo e Abraão. Nós somos crentes, porque cremos. Fomos chamados para crer. Não necessitamos de ver, para crer, mas, cremos para ver. Por isto temos a viva esperança não apenas de ver, mas de morar, eternamente, na Formosa Jerusalém Celestial.
d) Lá, o nosso corpo será real. O Corpo de Jesus era real, era palpável, podia ser tocado pelas mãos dos homens. Para vir à Terra ele tomou um Corpo igual ao nosso. Quando Ele ressuscitou, o seu Corpo não era intangível, não era uma simples “fumaça“. Ele podia ser tocado pela mão de alguém - E, falando ele dessas coisas, o mesmo Jesus se apresentou no meio deles e disse-lhes: Paz seja convosco. E eles, espantados e atemorizados, pensavam que viam algum espírito. E ele lhes disse: Por que estais perturbados, e por que sobem tais pensamentos ao vosso coração? Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; tocai-me e vede, pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho. E, dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e os pés”. Mostrou-lhes as “mãos e os pés”, porque neles estavam, como ainda estão, as marcas dos cravos com os quais ele foi pregado na cruz. Quando Ele vier, no Dia da Revelação do Senhor, antes do Milênio e no final da Grande Tribulação, os judeus, ao vê-lo, perguntarão: “… que feridas são essas nas tuas mãos? Dirá ele: são as feridas com que fui ferido em casa dos meus amigos” (Zc 13:6). Sabemos, pela Bíblia, que quando Ele vier este nosso corpo corruptível e mortal será transformado -“Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade e que isto que é mortal se revista da imortalidade“(1Co 15:53). Será, pois, nesse Dia, que o Senhor Jesus “… transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas” (Fp 3:21). Portanto, o nosso corpo com o qual seremos levados para o Céu, no Dia do Arrebatamentoserá conforme o corpo de Jesus; então nós receberemos um corpo real, palpávelNão seremos, apenas, “uma fumaça“. Que maravilhosa Esperança!
2. Sua localização. A Formosa Jerusalém não é o Céu. Ela está no Céu, e que, de lá, descerá até próximo à Terra, quando o Senhor Jesus Cristo vier para implantar seu Reino, aqui na Terra, conforme o Apóstolo João escreveu - “E veio um dos sete anjos que tinham as sete taças cheias das últimas sete pragas e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei a esposa, a mulher do Cordeiro. E levou-me a um grande e alto monte e mostrou-me a grande cidade, a santa Jerusalém, que de Deus descia do céu“(Ap 21:9-10). A Formosa Jerusalém descerá do Céu e estará aqui durante o Milênio. Tal como o anjo mostrou a João, estará no Milênio colocada, fixamente, no vazio, entre o céu e a Terra, sobre a Jerusalém terrestre, pela mesma força que sustenta toneladas de águas presas pelas nuvens e que sustenta a Terra, suspensa sobre o nada, conforme escreveu Jó: O norte estende sobre o vazio; suspende a terra sobre o nada. Prende as águas em densas nuvens, e a nuvem não se rasga debaixo delas”(Jó 26:7-8). O Dr. Caramuru Afonso Francisco escrevendo sobre este assunto - numa de suas participações para EBD -, disse: “É importante verificarmos que a Nova Jerusalém já está vindo para ocupar o seu devido lugar no novo universo que será formado. Esta cidade maravilhosa vem continuadamente vindo em direção à Terra. Chegará à área das regiões celestiais - hoje habitadas pelas hostes espirituais da maldade -, no instante do Arrebatamento da Igreja. Depois, já com a Igreja arrebatada em seu interior, continuará a descer e atingirá a atmosfera terrestre exato sete anos depois, quando, então, ocorrerá a batalha do Armagedom. Após essa batalha, receberá em seu interior, os que completarem a primeira ressurreição (as duas testemunhas, os 144 MIL e os mártires da Grande Tribulação). Em seguida, nos ares de nossa atmosfera, pairará durante todo o Milênio. Por fim, ao término do Milênio, ocupará o seu devido lugar, nos novos céus e nova terra, que substituirão os antigos céus e terra. A Nova Jerusalém seria, assim, como uma super e gigantesca estação espacial a caminho da Terra”. Jesus afirmou que a Nova Jerusalém já existia ao tempo de Seu ministério terreno. Sua assertiva é bem clara: “na casa do meu Pai, há muitas moradas, se não fosse assim, Eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar“. A Cidade santa já existia e já tinha muitas moradas. Embora ela existisse, porém, o ser humano não poderia habitá-la, ou seja, o homem não estava preparado para poder ingressar nesta cidade, precisamente porque tinha suas vestes manchadas pelo pecado. Veja este paralelo: Os Estados Unidos existe; lá têm milhares de cidades, com casas, edifícios; mas não há lugar algum preparado para aquele estrangeiro que não tiver visto para ali entrar. No dia em que lhe for providenciado um visto, ele ali poderá entrar, ele ali terá lugar. Pois é exatamente o que ocorre com a Nova Jerusalém Celestial. Jesus afirmou que a cidade já existia, que tinha muitas moradas, mas o lugar ainda não estava preparado, porque não havia como o ser humano conseguir ali entrar. Era preciso que alguém morresse e pagasse o preço da desobediência e, assim, retirasse o obstáculo que impedia o acesso do ser humano à árvore da vida (Gn 3:24). Esse obstáculo foi retirado por Jesus, quando morreu por nós na cruz do Calvário e, assim, nos abriu um novo e vivo caminho que nos introduz à Jerusalém celestial (Hb 10:19-23). Isso é mui maravilhoso! Glorifique a Deus por isso!
3. Seu aspecto. A descrição da Nova Jerusalém é sublime e nos enche de gozo e nos faz pensar, como o poeta sacro, que, se é glorioso pensar nas grandezas dali, que não será desfrutá-las. E é por isso que o apóstolo Paulo nos conclama a jamais desanimarmos nem desistirmos, por maiores que sejam as provas e as lutas, pois “…as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada” (Rm 8:18). No entanto, não devemos nos esquecer que a nova Jerusalém é de outra dimensão, da dimensão celestial; portanto, muito de sua descrição é figurativa, é alegórica, não pode ser compreendida literalmente, pois se trata de uma descrição feita por Deus aos homens para que pudéssemos compreender, na limitação da nossa mente, o que nos está reservado, pois é algo que está muito além de nossa parca imaginação (ler 1Co 2:9).
a) Ela tem a glória de Deus (Ap 21:11). A glória de Deus é uma característica típica dos lugares santos, e, por isso, a Nova Jerusalém é o lugar santo por excelência e nela não haverá necessidade de templo, pois o seu templo será o próprio Deus.
b) A Cidade tem doze portas, com os nomes das doze tribos de Israel e o muro da cidade, doze fundamentos, com os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro. Isto, naturalmente, é uma linguagem figurada para nos mostrar que o fundamento, a razão de ser da convivência eterna com Deus é a salvação na pessoa bendita de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Pode, também, significar que a Igreja que ali está, foi a Igreja que ensinou e que viveu de acordo com a Doutrina dos Apóstolos.
c) A cidade tem um “muro”. João descreve a Formosa Jerusalém Celestial, procurando, com certeza, traduzir para o entendimento tudo o que seus olhos contemplavam. Esse “muro” simboliza a segurança absoluta em que estarão os seus habitantes; simboliza que a Cidade é organizada. Uma muralha bem fortificada era símbolo da segurança da Cidade. A Babilônia era considerada uma cidade inconquistável, por causa de suas muralhas. Segundo os historiadores, ela era circundada por uma muralha de 96 quilômetros de extensão, 90 metros de altura por 25 de espessura. Possuía 250 torres e 100 portões de cobre. Dentro destas muralhas a cidade tinha condições de resistir a um cerco de 20 anos. O Rei Belsazar sentia-se seguro, a ponto de celebrar uma grande festa em seu palácio, embora Babilônia estivesse cercada, há dois anos, pelo exército de Ciro. O Muro da Formosa Jerusalém Celestial é mais alto que um prédio de vinte andares - cento e quarenta e quatro côvados. Considerando-se as diversas variações do côvado, podemos dizer que o “muro” tinha de altura cerca de uns setenta metros. Mas é uma forma clara de o Senhor nos revelar que a Nova Jerusalém é um local de ordem, de organização, de proteção divina e onde o Senhor estabelecerá o seu domínio para todo o sempre.
d) A sua riqueza é incomparável. A Cidade é descrita como contendo pedras preciosas e ouro; os muros são feitos e ornados de pedras preciosas, as ruas, de ouro. Os remidos pisarão em ruas de ouro, ou seja, os valores materiais, aquilo que os homens tanto veneram e respeitam em nossa vida secular, nada representam na vida celestial.
e) A Formosa Cidade não necessita de Sol nem de Luz. Ela não necessitará de sol nem de luz, porque será iluminada pela glória divina e, mais, terá o Cordeiro como sua lâmpada (Ap 21:23).
f) A Cidade apresenta o rio puro da água da vida, claro como cristal, que procede do trono de Deus e do Cordeiro e, no meio da praça, a árvore da vida, que produz doze frutos, dando o seu fruto de mês em mês, cujas folhas são para a saúde das nações (Ap 22:1,2). Esta linguagem, que é figurada, fala-nos da eternidade de que desfrutarão os habitantes desta santa Cidade. No Éden, o homem possuía uma eternidade condicional, embora, enquanto obedecesse ao Senhor, jamais morreria. Aqui, porém, a situação é bem diferente: o homem tem a vida eterna, esta dádiva que é recebida por todos aqueles que crêem em Jesus Cristo (João 3:16; 17:3;1João 2:25; 5:11,12).
·   O texto de Ap 22:1,2 fala-nos da vida, porque o rio puro da água da vida que procede do trono de Deus e do Cordeiro é símbolo da comunhão entre Deus e o homem através de Jesus Cristo, resultado da crença em Jesus. “Quem crê em Mim, como diz a Escritura, rios de água viva manarão do seu ventre” (João 7:38); e “…aquele que beber da água que Eu lhe der nunca terá sede, porque a água que Eu lhe der se fará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna (João 4:14). Somente pode morar na Nova Jerusalém quem tem a vida eterna, quem recebeu a água viva oferecida por Jesus.




·   O texto também nos fala de eternidade, porque nos diz que, no meio da praça, há “a árvore da vida“. A vida na Nova Jerusalém é eterna, pois Deus se encarregará de regenerar constantemente o homem, de impedir que o tempo tenha qualquer efeito sobre ele. É o Estado Eterno, ou seja, o tempo não mais existirá. Os séculos terão se consumado (Mt 28:20), mas o Senhor continuará conosco, providenciando e garantindo a perpetuidade da nossa existência ao Seu lado. A árvore da vida é o próprio Cristo, o Pão da Vida - “…o pão que desce do céu, para que o que dele comer não morra”(João 6:50), “…o pão vivo que desceu do céu [que] se alguém comer (…) viverá para sempre” (João 6:51a). A comunhão que nos dá a vida eterna, simbolizada na ceia do Senhor, será, então, uma realidade contínua e completa para todo o sempre.
·   O texto também nos fala que, “de mês em mês, dá seu fruto e que seu fruto é restaurador, sarador, é para a saúde das nações“. A periodicidade mencionada aqui no texto de Ap 22:2 é figurativa. Apenas retrata a constância com que se dará esta comunhão, pois, na Nova Jerusalém, não haverá mais tempo.
·   Também é figurativa a afirmação concernente à saúde das nações, pois, na Nova Jerusalém, não haverá qualquer possibilidade de doença. O que o texto está a afirmar é que a restauração espiritual operada nos homens que perseveraram até o fim será eternamente sustentada e garantida pelo Senhor, a nossa árvore da vida.
g) Haverá grande alegria, pureza e santidade (Ap 21.2,11). Lá só haverá alegria, infinitamente superior a tudo o que já sentimos nesta vida. Imaginemos qual será o sentimento de todos nós, ao vermos o rosto de Deus e do Cordeiro (Ap 22:4).
h) Para sempre serviremos ao Senhor (Ap 22.3). Alguns pensam que no Céu, na eternidade com Cristo, na Santa Cidade, não haverá trabalho. Esquecem-se de que Deus, sendo perfeito em tudo, trabalha (João 5:17; Is 64:4). Aqueles que tiverem sido servos do Senhor aqui hão de continuar a servi-lo ali: “os seus servos o servirão“.  Estejamos, pois, preparados para o glorioso Dia do Arrebatamento da Igreja, pois “assim estaremos sempre com o Senhor. Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras” (1Ts 4:17,18).
III. O PERFEITO ESTADO ETERNO
O Estado Eterno é chamado de Novo Céu e Nova Terra, que não devem ser confundidos com os novos céus e nova terra descritos em Isaias 65:17-25. A passagem do Antigo Testamento trata do Milênio, pois o pecado e a norte ainda estão presentes. Os dois elementos (o pecado e a morte) serão totalmente excluídos do Estado Eterno; neste só haverá perfeição.
No Estado Eterno haverá:
1. Governo perfeito. O homem não tem sabido, nem podido governar bem a Terra. Todas as tentativas humanas nesse sentido fracassaram: dos gregos, através da cultura; dos romanos, através da força e da justiça; e dos governantes dos nossos tempos, através da ciência e da política. Mas Cristo exercerá um governo perfeito, no seu tempo. Nunca jamais haverá desordem, insatisfação, injustiça.
2. Habitantes perfeitos. “Nunca mais haverá qualquer maldição” (Ap 22:3), Isto é, não haverá mais pecado, o que resultará em santidade perfeita. Foi o pecado que trouxe toda sorte de maldição(ler Gn 3:17; Gl 3:13).
3. Serviço perfeito. “Os seus servos o servirão” (Ap 22:3). O maior privilégio do homem é servir a Deus. O trabalho para Deus será então perfeito. Culto perfeito. Atividades perfeitas. Quantas maravilhas não aguardam os salvos!?
4. Comunhão perfeita. A Formosa Jerusalém é a restauração da convivência completa e perfeita entre Deus e os homens que havia antes que o pecado causasse o atual estado de divisão que existe entre Deus e a humanidade. João ouve uma proclamação vinda do Céu: “Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles“(Ap 21:3). Como povo de Deus, desfrutaremos comunhão mais próxima com Ele do que jamais imaginamos. Deus mesmo estará com todos os seus santos num relacionamento mais íntimo e afetuoso. Somente na Nova Jerusalém, esta comunhão será restabelecida por completo, ocorrendo aquilo que é dito pelo apóstolo João, de vermos Deus como Ele é (1João 3:2).
5. Visão perfeita. “Contemplarão a sua face” (Ap 22:4). Somente com uma visão perfeita será isso possível. Aqui neste mundo, servos dificilmente (e talvez nunca) veem a face de seus senhores - os chefes de nações -, mas nós veremos a face do nosso Senhor!
6. Identificação perfeita. “E nas suas frontes está o nome dele” (Ap 22:4). Nome na Bíblia fala de caráter; daquilo que a pessoa de fato é. Haverá então uma perfeita identificação entre Deus e os seus remidos. No Antigo Testamento o sumo sacerdote levava gravadas numa lâmina de ouro puro, sobre a sua coroa sagrada, as palavras: “Santidade ao Senhor” (Êx 39:30), mas na Formosa Jerusalém, onde a santidade é perfeita, o próprio nome de Deus estará sobre a fronte dos seus filhos.
7. Conhecimento Perfeito. Hoje, conhecemos a Deus apenas em parte, mas na Formosa Jerusalém o nosso conhecimento será perfeito dentro do plano humano, em glória(cf 1Co 13:12).
8. Interação perfeita. “E reinarão pelos séculos dos séculos” (Ap 22:5). Na Formosa Jerusalém, todos juntos, harmonicamente, e sempre, reinaremos. Isso jamais será conseguido aqui, mas no Perfeito Estado Eterno, sim! Irmãos queridos, quantas coisas preciosas tem o Senhor reservadas à Sua amada Igreja. Concordo com o grande mestre, o pr. Antonio Gilberto, quando diz: “Se pudéssemos todos apreciar de fato, pela visão do Espírito, o que é o Céu, a eterna bem-aventurança dos salvos, teríamos tanto desejo de ir para lá, e nos desprenderíamos tanto das coisas daqui, que o Diabo não teria um só torcedor; um só amigo seu na terra. Inúmeros crentes por não terem essa visão estão demasiadamente presos às coisas deste mundo, que jaz no Maligno (1João 5:19)”.
CONCLUSÃO
Aqui concluímos o estudo do Apocalipse, sobre os temas propostos pelo Pr. Claudionor de Andrade, comentarista das lições deste trimestre. “O Apocalipse encerra a história humana da mesma forma que o livro de Gênesis a iniciou: no Paraíso. Mas existe uma diferença inconfundível no livro de Apocalipse: o mal foi eliminado para sempre. Gênesis descreve Adão e Eva caminhando e falando com Deus; Apocalipse descreve as pessoas adorando a Deus face a face. Gênesis descreve um jardim com uma serpente do mal; Apocalipse descreve uma cidade perfeita, sem qualquer influencia maligna. O Jardim do Éden foi destruído pelo pecado, mas o Paraíso foi recriado na Nova Jerusalém Celestial”(Aplicação Pessoal). Também, o Apocalipse termina com umapromessa e uma bênção.
a) A promessa: Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente, cedo venho. Amém! Ora, vem, Senhor Jesus!”(Ap 22:20). Este anseio é também o de todos os cristãos verdadeiros. É também uma confissão de que, enquanto Ele não vier, nossa redenção está incompleta, o mal e o pecado não estão exterminados, e este mundo não está renovado. Nossos esforços para melhorar o mundo são importantes, mas seus resultados não podem ser comparados com a transformação que Jesus trará por ocasião de sua volta. Somente Ele controla a historia da humanidade, perdoa os pecados e recriará a Terra e trará a paz eterna. Temos a certeza de que a vinda do Senhor se aproxima para levar da Terra os seus fiéis servos para a Casa do Pai (João 14:1-3; 1Ts 4:16-18); depois, Ele voltará em glória e triunfo, para reinar para sempre como “Rei dos reis e Senhor dos senhores”(Ap 19:16). Essa é a nossa imutável esperança e jubilosa expectativa (2Pe 1:19).
b) A bênção: “A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com todos vós. Amém!”(Ap 22:21). Esta é a bênção final deste livro maravilhoso e da Palavra de Deus. É um encerramento sereno para um livro repleto de trovões e julgamentos divino. “Conservemos em nossa lembrança as riquezas do lindo país e guardemos conosco a esperança de uma vida melhor, mais feliz. Pois dali, pois dali, uma voz verdadeira não cansa de oferecer-nos do reino da luz o amor protetor de Jesus. Se quisermos gozar da ventura que no belo país haverá, é somente pedir de alma pura, que de graça Jesus nos dará. Pois dali, pois dali, todo cheio de amor, de ternura, deste amor que mostrou-nos na cruz, nos escuta, nos ouve Jesus” (3ª e 4ª estrofes do hino 202 da Harpa Cristã).
Queridos seguidores deste blog - amigos e irmãos em Cristo -, muito grato por acompanhar-me durante este ditoso trimestre. Confesso que foi muito agradável estudar estas lições. Cada vez que participo de estudos sobre este tema aprendo coisas novas e vivifico muito mais a minha fé, esperança e expectativa de um lindo e mavioso porvir. Espero que tenham gostado das aulas! É claro que nunca haverá um consenso, quando o assunto é Escatologia. Todavia, temos um ponto em comum: Jesus em breve virá e nos levará para estar com Ele para sempre, na Formosa Jerusalém Celestial! Até breve, se Deus quiser!