segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

A VANTAGEM É NOSSA



O Espírito que está em vocês é mais forte de que o espírito que está naqueles que pertencem ao mundo. (1Jo 4.4)

A vara de Moisés era mais forte do que a coroa do rei do Egito.

A funda e a primeira das cinco pedrinhas de Davi eram mais fortes do que o gigante Golias.

Os seiscentos homens endividados, amargurados e insatisfeitos que estavam sob o comando de Davi eram mais fortes do que os três mil soldados experientes do rei Saul.

Os cinco pães e as duas sardinhas daquele menino que estava no meio da multidão do outro lado do mar da Galileia eram mais fortes do que todos os pães e peixes de qualquer padaria ou peixaria.

O espinho na carne de Paulo tinha mais valor do que todos os pós-doutorados do professor tal.

O Espírito Santo é muito mais forte do que todos os espíritos imundos, que estão no céu, na terra e debaixo da terra.

O Espírito Santo é uma realidade.

Quando se arrepende dos seus pecados e se converte a Jesus, o pecador salvo torna-se morada do Espírito. Graças a essa presença no seu interior, o crente pode vencer o pecado dentro de si.

O Espírito gera sabedoria e poder, produz o chamado fruto de Espírito e os chamados dons do Espírito, traz à lembrança o nome, a pessoa e o ensino de Jesus.

O Espírito Santo não é um espírito qualquer, não é um espírito imundo, não é um espírito maligno. É o Espírito Santo, o Espírito de Deus, o Paracleto de Jesus Cristo, a terceira pessoa da Santíssima Trindade.

É por causa da presença desse Espírito que os leitores de João “já ganharam a luta sobre aqueles que se opõem a Cristo” (1Jo 4.4, NBV).

Essa tremenda guerra é desigual para os espíritos imundos, mas não para o Espírito Santo.

Aqueles são muitos e têm algum poder. No entanto, mesmo que eles estejam juntos sob o comando do Diabo, o Espírito tem muito mais poder!

Se estivermos sempre em sintonia com o Espírito Santo, o espírito imundo pode nos peneirar, mas nunca nos derrotar!

Retirado de Refeições Diárias com os Discípulos. Editora Ultimato.

Por Litrazini

Graça e Paz

Três significados Bíblicos para esperança


Esperando contra a esperança, essa frase é curiosa . Como pode alguém “esperar contra a esperança”? Abraão realizou esse feito e se ele foi um homem que agradou a Deus, certamente devemos aprender com ele. Há um ditado popular que diz: esperança é a última que morre, a verdade é que nossa esperança, de fato morreu, mas ressuscitou ao terceiro dia, Ela se chama Jesus. Esta foi a causa que fez Abraão esperar vinte e cinco anos pela realização de uma promessa, sem perder a alegria diária.  Abraão era um homem de oração e colocava toda sua expectativa no Senhor Deus e não no aspecto natural das coisas. Jesus é a própria esperança tanto dos antigos como das novas gerações e isso pode ser constatado em uma análise Bíblica sobre o significado da Palavra. Há pelo menos três versões Bíblicas para esperança, vamos conhecê-las?

Três esperanças:
Tiqvah:Vem do verbo hebraico gavah que significa: “Olhar esperançosamente em uma direção particular” ou “esticar uma corda” (Strong 08615) Essa foi a esperança realizada na vida de Raabe ( Josué 2: 18 - 21) e que aparece cerca de 33 vezes somente no Antigo Testamento. Esperança era o cordão na cor vermelha esticado na porta da casa de Raabe, para livrar a ela e a toda família da morte. E em acordo com a afirmação de que Jesus era a esperança tanto dos antigos, como das novas gerações, Ele é essa Tiqvah na porta da casa de Raabe em semelhança ao sangue espargido na entrada das  tendas dos israelitas ao serem  resgatados da servidão do Egito: Êxodo 12:13: 13: “ O sangue será um sinal para indicar as casas em que vocês estiverem; quando eu vir o sangue, passarei adiante. A praga de destruição não os atingirá quando eu ferir o Egito.” Profeta Oseias confessou  olhar atentamente para Deus a espera de um resgate para nação de Israel. É linda a oração desse profeta cheio de esperança:

 “ E lhe darei as suas vinhas dali e o Vale de Acor por porta de esperança; e ali cantará como nos dias de sua mocidade, e como no dia em que subiu do Egito” Oseias 2:15

O Vale de Acor foi o lugar onde o israelita Acã foi morto com toda a família por roubar e mentir. Esse vale também era chamado de “vale dos problemas” e Oseias, utilizando o sentido Tiqvah, profetiza que em Cristo (A porta de esperança) todo problema pode ser convertido em alegria, em canção. Em Cristo, todos poderiam ser libertos da escravidão e da semelhante morte de Acã.  Meu Deus, isso é grandioso, e não é um sonho feito de palha, é realidade! Milhões de pessoas em todo o mundo estão confessando essa esperança e tendo as vidas transformadas. Estão cantando novas canções em substituição aos gemidos de morte.


 
Yachal: É o mesmo que  “permanecer confiante”, “aguardar pacientemente” (Strong 03176). Ocorre pelo menos 38 vezes no Antigo Testamento, isto é: de forma explicita, porque “yachad' é revestimento dos que põem a força da vida no Senhor Jesus, e destes se faz a história de fé e milagres em todas as gerações. A primeira ocorrência de Yachad está ligada a vida de Noé em Gênesis 8:10: “E esperou ainda outros sete dias, e tornou a enviar a pomba fora da arca. " Noé aguardou firmemente e enquanto a arca balançava sobre as águas do dilúvio, ele acreditava alegremente que veria novamente a terra seca, pisaria sobre ela com toda sua família. Os animais correriam para seus lugares também alegremente,  saltitando entre pastos e riachos. Noé esperou o retorno da pombinha trazendo uma folha verdosa em seu bico, que símbolo magnifico de esperança! O Espirito Santo de Deus tornando novas todas as coisas porque um homem permaneceu confiante na Promessa de salvação! 

Romanos 12: 12 . "Alegrem-se na esperança, sejam pacientes
 na tribulação, perseverem na oração."

O terceiro e último significado Bíblico para esperança é:  
Elpis: Ocorre em I Tessalonicenses 1:3: "Lembrando-nos sem cessar da obra da vossa fé, do trabalho do amor, e da paciência da esperança em nosso Senhor Jesus Cristo, diante de nosso Deus e Pai". Aqui, no idioma grego, se refere a “permanecer confiante em uma promessa” (Strong 1680). Esperança na graça de Deus para vencer o mundo terreno firmado na promessa de eternidade com Cristo. É interessante porque sem Cristo essa certeza de vencer a vida e a morte, não se concretiza. Nenhuma filosofia, por mais racional e envolvente que pareça, garante o acesso a eternidade com Deus: “E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.” Atos 4:12.

"E há esperanças, do derradeiro fim..." Jr 31:17 

Não sei qual o motivo de sua espera, mas todos nós esperamos e todos os dias. Coisas rotineiras e que julgamos pequenas ou coisas que de uma forma mais intensa, consome nossos esforços, é um sonho maior. Aprendamos com as três faces da esperança, sabendo que nada grande se alcança sem que antes valorizemos “o pequeno, o simples”. Abraão esperou por 25 anos a chegada de Isaac (riso), mas foi preciso aprender com cada passo dado em direção a Terra Prometida. Noé fez toda diferença em sua geração, não se curvou as ofertas, não se intimidou com as criticas, renunciou a uma série de coisas para olhar firmemente para Deus. Enquanto os demais, comiam, bebiam, brincavam de ser feliz seguindo os padrões humanos de competição e outras passagens, Noé buscava conhecer a vontade de Deus para ele. Deve ter sido chamado de doido, careta e tudo o mais. Porém, teve a maior recompensa.

Esperança é uma palavra bonita e originada no coração de Deus. Nas cartas para as igrejas, essa palavra é citada juntamente com a fé e o amor: I Cor 13:3 "Assim, permanecem agora estes três: a fé, a esperança e o amor. O maior deles, porém, é o amor.” Não pretendo com esse estudo criar uma fórmula para esperança, dizer quando e como manter esperança, mas tornar conhecidos os conceitos Bíblicos sobre o tema, quem sabe você seja auxiliado em sua espera por um despertar de algo que tenha deixado morrer. Se isso acontecer, terá valido a pena. Para essa autora que vos escreve, valeu esse “pequeno tratado sobre esperança”. Ele me ensina que não posso me deixar abater pelos mesmos gigantes que afrontaram a terra em que morou Raabe, eles afrontaram o povo de Deus, e nessa guerra havia um cordão estendido sobre a porta de uma casa que foi salva da destruição. Quero essa promessa, preciso manter viva essa esperança para não ser derrotada, nem as pessoas que amo.

Aprendo que as muitas águas do dilúvio afundaram uma multidão de pessoas sem esperança, mas por causa de um que manteve viva essa virtude, foi concedida a prolongação da vida. Não houve nada nesse mundo que fizesse Noé desviar os olhos da promessa de Deus! E o que dizer de elpis ,  que até  me lembra “alpes": lugares altos, acima, elevados. Quando esse mundo maltratar , perseguir, ferir, elevemos  os olhos para elpis, porque a esperança do cristão repousa na eternidade! E que essa trindade da esperança seja uma boa lembrança para todos nós praticarmos, trazendo a memória aquilo que mantêm viva nossa alegria em um resgate,  promessas e  mundo vindouro. Vivamos alegremente, por cada passo em direção a Terra de Canaã, sabendo que um só com a esperança posta em Cristo pode fazer diferença para uma geração, ainda que seja uma geração de poucos, como os oito salvos na época de Noé e por essa causa, cá estamos hoje, falando sobre esperança. Que essas bençãos sejam reais para nós.

Deus nos abençoe! 
( Autor Wilma Rejane) 

Fonte de pesquisa:
Bíblia de Estudo Plenitude, dicionário Strong.
Fonte do artigo: Atenda na Rocha


domingo, 15 de janeiro de 2017

 ALEGRIA, FRUTO DO ESPÍRITO; INVEJA HÁBITO DA VELHA NATUREZA


1º Trimestre/2017

Texto Base: João 16:20-24

"Regozijai-vos, sempre, no Senhor; outra vez digo: regozijai-vos" (Fp.4:4).


INTRODUÇÃO

Dando continuidade ao estudo do trimestre sobre as Obras da Carne e o Fruto do Espírito, estudaremos, a partir desta Aula, as virtudes do Fruto do Espírito. Nesta Aula, estudaremos a Alegria, virtude do Fruto do Espírito, e a Inveja, obra da carne. A Alegria, aqui, nada tem a ver com a ideia mundana de emoção alegre, efêmera, que está presente nos bares, nas casas de festas, nos shows deste mundo. Do grego “chara”, a Alegria (ou gozo) é uma confiança festiva independentemente das circunstâncias adversas. A Inveja é o contraponto à felicidade alheia. A pessoa invejosa não se contenta em ver o outro se desenvolver, obter sucesso e respeito pela atividade reconhecidamente exitosa pelos seus pares. Completamente oposta à Alegria, a Inveja só traz incertezas, falta de esperança, desajuste emocional e espiritual. Portanto, há um claro contraste entre a Alegria, como virtude do Fruto do Espírito, e a Inveja como elemento da Velha Natureza. Veja, a seguir, um quadro demonstrativo, extraído da Revista Ensinador Cristão:

ALEGRIA
INVEJA
- É um estado de graça e bem-estar espiritual.
- É um estado de desgraça e mal-estar espiritual.
- Sua fonte é Deus.
- Sua fonte é o Diabo e o “ego”.
- Está interligada à nossa comunhão com Deus.
- Está interligada com a ruptura de nosso relacionamento com Deus.
- Nos estimula a ter bom ânimo.
- Nos estimula a ter um ânimo dobre.
- Nos estimula a servir a Deus e ao próximo.
- Nos estimula a servir aos nossos próprios interesses.
- Há felicidade em ver o outro bem-sucedido.
- Há ódio e amargura em ver o próximo bem-sucedido.
- É um sentido nobre.
- É um sentimento perverso.

I. ALEGRIA, FELICIDADE INTERIOR

O crente salvo tem a verdadeira Alegria dentro de si, pois “...o Fruto do Espírito é: ...Alegria [gozo]...”. Esta alegria gerada pela ação do Espírito Santo, fará sempre, independente das circunstâncias externas e adversas, com que o crente possa fazer suas as palavras de Maria: “...a minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador” (Lc.1:46,47).

1. A Alegria do Senhor. A Alegria, como Fruto do Espírito, não está relacionada às circunstâncias e não depende dos bens materiais. Foi o que Paulo quis dizer quando escreveu aos Filipenses: “alegrai-vos, sempre, no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos” (Fp.4:4). Veja que o apóstolo Paulo nos ensina que a Alegria, como virtude do Fruto do Espírito, independe das circunstâncias externas. Paulo diz: “alegrai-vos sempre”. Paulo quer dizer que a Alegria, como virtude do Fruto do Espírito Santo, é ultracircunstancial. Porque está alegre, estar feliz quando tudo esta bem, até o ateu consegue. O desafio é ser a pessoa feliz apesar das circunstâncias adversas. Isto porque a Alegria do cristão não é apenas a presença de coisas boas ou ausência de coisas ruins. Veja que o apostolo Paulo quando escreveu a Epístola aos Filipenses não estava hospedado num hotel de luxo em Roma, mas numa prisão, algemado, no corredor da morte, na antessala do martírio, com o pé na sepultura, com a cabeça debaixo da espada de Roma.

O apóstolo Paulo diz, ainda, neste texto de Fp.4:4, que a Alegria, como virtude do Fruto do Espírito, não é um sentimento, é uma Pessoa; a Alegria do cristão é Jesus. Por isso Paulo diz assim: “alegrai-vos... no Senhor”. Quem tem Jesus, experimenta essa verdadeira Alegria. Quem não tem Jesus, pode ter momentos de alegria, mas não a Alegria verdadeira. Se você tem Jesus você é uma pessoa feliz, se você não tem Jesus você não é uma pessoa feliz. Neemias declarou: “a Alegria do Senhor é a nossa força” (Ne.8:10).

Todavia, você não precisa ser um bom entendedor da alma humana para perceber um fato: nem todos os crentes em Cristo Jesus estão desfrutando desta Alegria genuína, verdadeira, profunda, que o apóstolo Pedro diz ser “indizível e cheia de glória” (1Pd.1:8). Basta você olhar para o semblante de alguns crentes, conversar com eles, observar a conversa deles, você notará uma auréola de tristeza em seus rostos. E a pergunta é: o que esta acontecendo? E a resposta, talvez, possa ser clareada com o fato narrado em 1Samuel 30, lembram-se? A Alegria de Davi foi roubada.

Quando Davi chegou à cidade de Ziclagle, viu a cidade saqueada, queimada, ferida. E diz a Bíblia que os amalequitas levaram consigo os seus filhos, suas filhas, mulheres. E quando Davi viu aquela cena ele chorou até não ter mais força para chorar. Ele muito se angustiou. Seus companheiros de batalha queriam matá-lo. Mas diz a Bíblia que ele se reanimou no Senhor seu Deus e fez uma oração com apenas duas perguntas: “perseguirei eu o bando? Alcançá-lo-ei?”. E Deus disse a Davi: persegue o inimigo Davi porque tudo o que ele tomou de você, você vai trazer de volta! Em outras palavras, talvez você teve sua alegria saqueada, roubada, espoliado, mas hoje você pode tomar de volta aquilo que foi roubado de você, espoliado de você.

A orientação de Paulo é que, todos os nossos problemas, todas as nossas dificuldades e necessidades, devem ser colocados diante de Deus em oração: “... em tudo, porém, sejam conhecidas diante de Deus as vossas petições, pela oração...” (Fp.4:6b). Portanto, a oração é o nosso canal natural, de comunicação com Deus. Através dela, nós devemos abrir o coração diante d'Ele, com relação a todo tipo de desconforto e necessidade, apresentando minuciosamente a Ele, cada questão, de todas as que nos perturbam a alma.

Deus quer que você seja muito feliz, abundantemente feliz, superlativamente feliz, eternamente feliz! Portanto, “alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, alegrai-vos”. Lembre-se, a maior Alegria do crente está no fato de que seu nome já foi escrito no Livro da Vida e que Jesus em breve voltará.

2. A fonte da nossa Alegria. A Alegria, que é Fruto do Espírito Santo, tem sua origem em Deus, e é Deus quem a coloca em nosso coração (Sl.4:7) e, por isso, não depende dos fatos que ocorrem à nossa volta, das circunstâncias, nem se abala com o que pode acontecer conosco, pois esta Alegria é o próprio Deus que habita em nós (Sl.43:4). É um verdadeiro óleo com o qual somos ungidos pelo Senhor (Sl.45:7). Jesus veio trazer esta Alegria, este óleo de gozo para substituir a nossa tristeza do tempo em que vivíamos em pecado (Is.61:3). Mas que operações divinas trazem Alegria ao homem? Cito apenas três:

a) A Salvação. A salvação gera no crente uma Alegria espiritual permanente, que não se acaba e que só tende a aumentar, assim como a nossa vida com Cristo, que, sendo uma vida, impõe um crescimento contínuo. A forte impressão de prazer trazida pela regeneração, pelo novo nascimento tem de aumentar a cada passo de nossa comunhão com Cristo, pois, se buscarmos mais a Deus, certamente seremos cada vez mais ungidos com o “óleo da alegria”, ou seja, teremos cada vez mais intensa comunhão com o Senhor, numa proximidade com Deus (Tg.4:8a), que só nos fará aumentar esta Alegria. Davi quando sentiu que não mais tinha comunhão com Deus, porque pecara contra Ele, pediu ao Senhor que lhe tornasse a dar “a alegria da salvação” (Sl.51:12). Nenhum crente salvo pode viver sem esta Alegria. Ela é o fim de nossa fé – “obtendo o fim da vossa fé: a salvação da vossa alma” (1Pd.1:9).

b) A presença de Deus. A Alegria é a bandeira que tremula na torre do palácio quando o rei está presente. A presença de Deus é um elemento que aumenta ainda mais a Alegria do salvo. Quando o crente mantém uma vida devocional intensa, quando mantém uma vida de oração, uma vida de meditação na Palavra do Senhor, naturalmente que ganha maior intimidade com Deus, intimidade esta que é uma necessidade na nossa vida espiritual (Mt.6:6-8).

Sejam quais forem as circunstâncias externas que possam nos fazer sofrer, sentir tristeza, e até chorar, pelo Fruto do Espírito formado em nós, tem que emanar Alegria capaz de inundar nossa alma, pois “...na presença do Senhor há abundância de alegria...” (Sl.16:11). O próprio Deus é a fonte de toda a Alegria (Lc.1:47; Fp.4:4).

c) A bênção de Deus. No Salmo 126:3 está escrito: “Grandes coisas fez o Senhor por nós, pelas quais estamos alegres”. Quando recebemos bênçãos de Deus é motivo de Alegria. Diante daquilo que Deus nos tem feito, somos gratos e a manifestação mais propícia para o sentimento de gratidão é a Alegria. Quem é grato é alegre. O Louvor, que é uma expressão de Alegria, é filho da gratidão.

II. OS RESULTADOS DA ALEGRIA DO ESPÍRITO

1. Rosto radiante – “O coração alegre aformoseia o rosto...” (Pv.15:13). A Alegria, como Fruto do Espírito, é uma Alegria interna, que opera na alma e que mantém estreita comunhão com Deus e que faz com que um crente salvo, ainda que tenha um semblante sério, que seja introvertido, de pouco riso, e até “carrancudo”, se torne uma pessoa agradável, que irradia felicidade, uma bênção para quem convive com ele.

2. Cântico de Alegria. O louvor é resultado da Alegria espiritual. Afirma o apóstolo Tiago:“Está alguém contente? Cante louvores” (Tg.5:13b). O louvor provém de Deus (Rm.2:29) e só será apropriado e destinado ao Senhor por um homem que tenha alegria espiritual. Quem está alegre, louva ao Senhor, como nos provam vários exemplos bíblicos, como Davi, Maria, Jesus, Paulo e Silas, entre tantos outros.

O louvor é uma expressão de alegria espiritual, é consequência de uma vida de comunhão com Deus. Costumeiramente, nas Escrituras Sagradas, as expressões de alegria se fazem acompanhar de louvores (cf. 1Sm.18:6; 1Rs.1:40; 1Cr.15:16; 2Cr.23:18; 2Cr.29:30; 2Cr.30:21; Ne.12:27; Sl.59:16; Sl.100:2; Is.30:29; Jr.33:11). Por isso, o verdadeiro louvor é aquele que, em sua melodia e letra, exaltam a Deus, têm a Deus como centro e não buscam a agitação do corpo, pois é o resultado da Alegria espiritual, uma das qualidades do Fruto do Espírito que estão diretamente ligados ao relacionamento entre Deus e o homem.

3) Força divina. “...não vos entristeçais, porque a alegria do SENHOR é a vossa força” (Ne.8:10). Na vida de um verdadeiro crente só o pecado será capaz de roubar a Alegria de sua alma, visto que a Palavra de Deus diz, que “... o fruto do Espírito é: Alegria...”. Paulo escrevendo aos crentes de coríntios, declara: “Como contristados, mas sempre alegres...” (2Co.6:10). Contristados e Alegres, parece contradição. Contristar significa estar muito triste, aflito. Nesta condição, como pode alguém estar alegre? Para o homem sem Deus não pode, mas, para o crente fiel, pode. Ele pode estar “contristado”, no corpo, mas, alegre, no espírito.

No tempo de Neemias, literalmente, ninguém podia estar triste na presença do Rei (Ne.2:1). Mas, naquele dia, Neemias estava triste! - “E o rei me disse: Por que está triste o teu rosto, pois não estás doente? Não é isso senão tristeza de coração. Então, temi muito em grande maneira” (Ne.2:2). Neemias tinha razão em temer! Um copeiro com um problema tão grande capaz de refletir, negativamente, no seu próprio semblante, podia ser uma ameaça à vida do próprio rei. Eram poucas as pessoas de confiança que podiam ficar, a sós, com o rei. Neemias era uma delas. Podia perder não apenas o cargo, como também a própria vida. Assim, o homem de Deus, mesmo que esteja com “o coração sangrando”, quando ministra diante do Altar, e principalmente aos pecadores, eles precisam ver o seu rosto brilhar. Neemias conseguiu reverter o seu estado de tristeza em alegria. A Alegria do Senhor converteu-se em força na vida de Neemias e deu-lhe coragem para reconstruir Jerusalém. E assim, também, a Alegria, que é resultado da força divina, nos encoraja prosseguir em nossa difícil jornada.

III. INVEJA, O DESGOSTO PELA FELICIDADE ALHEIA

“O coração com saúde é a vida da carne, mas a inveja é a podridão dos ossos” (Pv.14:30).

1. Definição. A Inveja é definida como uma vontade frustrada de possuir os atributos ou qualidades de outra pessoa. O invejoso se queixa de tudo e de todos, acredita que não conquistará o que o outro possui, não reconhece as suas habilidades e talentos, pois está e vive focado no outro; portanto, torna-se um eterno insatisfeito. O invejoso não tem paz. Que Deus nos guarde!

2. Inveja, fruto da Velha Natureza. A Inveja é um sentimento negativo que pertence à natureza adâmica. Esse sentimento perverso tem a sua origem em Satanás, pois ele tentou usurpar os atributos divinos (Is.14:12-20). Ele permitiu que o orgulho e egoísmo dominassem seus pensamentos e ações, e logo o seu desejo foi o de ocupar o lugar de Deus. Ele queria ser maior que o Todo-Poderoso, porém sua tentativa foi um fracasso e por causa disso foi determinado o seu destino: o lago de fogo e enxofre, ou seja, o inferno (Ap.20:10). O apóstolo Paulo, também, diz que quem tem este sentimento da carne não herdará o reino de Deus (cf.Gl.5:21). Infelizmente, muitos crentes ainda se deixam dominar por esse sentimento e acabam prejudicando a Igreja do Senhor e impedindo até que algumas pessoas se convertam.

A Inveja é um sentimento ambicioso que não permite a pessoa vislumbrar o que está à sua frente nem o que lhe pertence. Por conta disso, pode gerar vingança, crimes, violência, enganos e maus-tratos, tudo pelo desejo de possuir o que o outro tem, de querer estar no lugar dele. A Inveja é um pecado grave; faz parte do rol das obras da carne exarado em Gl.5:19-21; é o tipo mais antigo de pecado e afeta a saúde física, social e espiritual (Pv.14:30).

A excelência, o triunfo e o sucesso motivam a inveja. Ninguém inveja um miserável ou um mendigo; inveja, sim, conquistas, reconhecimento, bens materiais, riquezas, família estruturada, casamento feliz, amizades. É possível invejar um bom carro, um corpo lindo, uma casa maravilhosa, uma saúde de ferro, um cargo alto na hierarquia, um bom marido, uma boa esposa, uma mulher inteligente, o carisma de certas pessoas, etc.

Analise suas emoções, aprenda a admirar e não invejar a prosperidade, o sucesso, ou qualquer feito alheio. Infelizmente, os invejosos só veem o final, não analisam o processo. Para conquistar, é preciso ter vontade, coragem, força, energia, integridade e confiança, percorrendo o caminho até à vitória. As conquistas devem inspirar-nos. O sucesso do outro deve sacudir nosso conformismo e estimular-nos a ser melhores a cada dia, olhando para Jesus, autor e consumador da fé (Hb.12:2a). Seja um eterno admirador dEle!

Você está descontente porque não tem o que deseja? Aprenda com o apóstolo Paulo a confiar nas promessas de Deus e no poder de Cristo (veja Fp.4:11). Paulo se concentrava no que deveria fazer e não no que achava que deveria ter. Paulo tinha as prioridades corretas e era grato por tudo o que Deus lhe dera. Ele havia se separado do que não era essencial, para que pudesse se concentrar no que é eterno.

Se você sempre quer mais, peça que Deus remova esse desejo e lhe ensine o contentamento em cada circunstância. Ele suprirá todas as suas necessidades, mas de uma maneira que Ele sabe o que é melhor para você. Em vez de pensar no que não temos, devemos agradecer a Deus pelo que Ele nos deu, e nos esforçar para ficar satisfeitos. Afinal, o nosso bem mais importante é gratuito e está disponível a todos: a vida eterna, que só é dada por Cristo.

3. Os efeitos da Inveja. A pessoa que permite que a inveja se instale no coração desenvolve uma compreensão equivocada de si e dos outros e nutre um sentimento maléfico de crítica, ódio e perseguição.

Conta-se a seguinte história sobre a inveja. “Uma serpente estava perseguindo um vaga-lume. Quando estava a ponto de comê-lo, o vaga-lume disse: ‘Posso fazer uma pergunta?’. A serpente respondeu: ‘Na verdade, nunca respondo a perguntas das minhas vítimas, mas, por ser você, vou permitir’. Então o vaga-lume perguntou: ‘Fiz alguma coisa a você?’. ‘Não’, respondeu a serpente. ‘Pertenço à sua cadeia alimentar?’, perguntou o vaga-lume. ‘Não’, ela respondeu de novo. ‘Então, por que você quer me comer?’, indagou o inseto. ‘Porque não suporto vê-lo brilhar’”.

A Inveja pode levar a outros pecados como adultério e assassinato. Na Bíblia Sagrada vemos relatos de alguns casos de homens e mulheres que se deixaram levar pela inveja.

- Caim matou seu irmão Abel (Gn.4:5), apesar da advertência de Deus. Observe a advertência do Senhor para Caim: “Por que te iraste? E por que desmaiou o teu semblante? Se bem fizeres, não é certo que serás aceito? E se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e sobre ti será o seu desejo, mas sobre ele deves dominar”(Gn.4:6,7). Esta advertência do Senhor evidencia o perigo devido ao poder destrutivo e dominador da inveja. A consumação do homicídio não deixa dúvida. Uma pessoa tomada por inveja está vulnerável ao pecado, e dificilmente se livra de seu poder de dominação. O invejoso vai sendo tomado por uma série de outros sentimentos e atitudes, e esse descontrole pode levá-lo a praticar atos absurdos como no caso de Caim, que matou seu irmão. A pessoa que pratica a maldade é naturalmente perversa e está sempre pronta a prejudicar e a ofender o próximo.

- Raquel, mencionada em Gênesis 30:1, teve inveja de sua irmã, Lia, pois esta tinha filhos, e disse a seu marido, Jacó: Dá-me filhos, senão morro. Pessoas morrem espiritualmente por esse sentimento.

- Em Atos 7.9 está escrito que os irmãos de José, movidos de inveja, venderam-no para o Egito. A presença de José os incomodava. Por isso, não sossegaram enquanto não deram um fim nele. Mas, será que eles tinham paz? A história mostra que não. O invejoso não tem paz. O texto de Provérbios 14:30 afirma que a inveja é a podridão dos ossos. Ela mata o seu algoz aos poucos. O invejoso passa o tempo opinando sobre o que o outro tem e julgando, em vez de buscar alcançar seus objetivos.

- Saul, embora tivesse, a princípio, uma disposição favorável a Davi, demonstrou-se depois muito hostil a ele, perseguindo-o com o propósito de o matar. Essa mudança não se deu de uma hora para outra, mas gradualmente, na proporção em que Saul nutria a inveja no coração. Aparentemente, o problema começou quando o aplauso popular desviou-se dele para Davi. Era-lhe muito pesaroso ver o nome de Davi em evidência, e o dele em aparente esquecimento. Por isso, passou a tê-lo como rival e inimigo. Esse problema sempre estará presente onde existirem pessoas com inveja. De Saul podemos compreender que a inveja produz uma série de sentimentos ruins como: autoestima baixa, ódio, suspeita, medo, culpa e ira. Mas a pior consequência é o afastamento de Deus, que Saul infelizmente experimentou.

- Jesus Cristo foi preso e levado a Pilatos por inveja dos sacerdotes (Mt.27:18).

A inveja é obra da carne (cf. Gl.5:21) e somente encontra guarida nos corações daqueles que ainda são dominados pela velha natureza e não pelo Espírito Santo.

CONCLUSÃO

Existem muitos buscando alegria nas coisas do mundo, e da terra, e esta é uma alegria passageira, e por ela, muitos estão pagando um preço tão elevado, que pode lhes custar uma eternidade, sem Deus. Existem outros “fabricando” alegria artificial, por não saberem ou por não quererem pagar “o preço” para obtenção da verdadeira Alegria, como Fruto do Espírito. O segredo da felicidade está em termos comunhão com Deus, por meio de seu Filho, Jesus Cristo. Que a Alegria, como Fruto do Espírito, seja derramada em nossos corações, mesmo enfrentando lutas e tribulações e que jamais venhamos permitir que a Inveja tenha lugar em nossos corações.

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Luciano de Paula Lourenço

Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Comentário Bíblico popular (Novo Testamento) - William Macdonald.

Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.

Revista Ensinador Cristão – nº 69. CPAD.

Rev. Hernandes Dias Lopes. Gálatas, a carta da liberdade cristã.

Antônio Gilberto. O Fruto do Espírito. CPAD.

Ev. Caramuru Afonso Francisco. Alegria: Fruto da Graça.PortalEBD_2005.