quinta-feira, 23 de março de 2017

UMA VIDA DE FRUTIFICAÇÃO
Leitura Bíblica: Jo. 15.2 – Texto Áureo: Jo. 15.1-6




Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD


INTRODUÇÃO
Jesus declarou que Ele é a videira verdadeira, e que todo aquele que permanecer nEle dá muito fruto (Jo. 15.1,5). Na aula de hoje, a última deste trimestre, estudaremos sobre a importância de frutificar no Reino de Deus. Inicialmente trataremos sobre o caráter na vida do crente, em seguida, refletiremos sobre a função dos ramos na Videira, e ao final, mostraremos que frutificar é uma demonstração de que estamos em Cristo.  Aprenderemos, nesta lição, que a vida cristã deve se pautar pelo testemunho do Espírito, que produz em nós o caráter de Cristo.

1. A IMPORTÂNCIA DE FRUTIFICAR
A frutificação espiritual é uma necessidade, o crente precisa dar ao Espírito as condições para que o fruto seja produzido. João Batista advertiu seus ouvintes para que esses produzissem “frutos dignos de arrependimento” (Mt. 3.8). Nenhuma planta consegue se desenvolver em terreno árido, e quando essa conseguem crescer a contento, têm dificuldade para produzir frutos. Em Cristo recebemos uma nova natureza, e essa deve favorecer a produção de frutos espirituais em nossas vidas. A regeneração é o passo inicial para a produção frutífera na vida do cristão (Rm. 8.5-10). Existem pessoas bondosas na sociedade, a graça comum de Deus alcança a todos, mas somente aqueles que tiveram um encontro com Cristo produzirão em abundância. Evidentemente isso não é a mesma coisa que ser evangélico, pois há pessoas que professam a fé cristã, mas não se deixaram guiar pelo Espírito. A esse respeito, Paulo foi enfático em sua Epístola aos Gálatas: “Andais em Espírito e não cumprireis as concupiscências da carne” (Gl. 5.16). Isso precisa acontecer porque “a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne; e estes opõem-se um ao outro para que não façais o que quereis” (Gl. 5.17). A produção do fruto do Espírito em nossas vidas, portanto, passa pela negação do eu, pois os “que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências” (Gl. 5.24). Aqueles que estão em Cristo são novas criaturas, as coisas velhas já passaram, tudo se fez novo (II Co. 5.17). Essa nova condição em Cristo, produzida pelo mesmo Espírito de Cristo, nos torna cada vez mais semelhantes a Ele.

2. A VIDEIRA E OS RAMOS NA FRUTIFICAÇÃO
Jesus se compara em Jo. 15.1-6 a uma Videira, e aqueles que O seguem são chamados de ramos. Dessa passagem bíblica podemos extrair algumas verdades espirituais, com vistas à produção de frutos para o Senhor. Todo ramo tem que dar fruto, para isso foram criados, se assim não fizer, estará distante do propósito natural. De igual modo, o crente deve frutificar, sob o risco de ser podado. Isso acontece, na maioria das vezes, porque o ramo está ausente de Cristo: “Se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como a vara, e secará; e os colhem e lançam no fogo, e ardem” (Jo. 15.4-6). Permanecer em Cristo é condição sem a qual ninguém pode frutificar, existem muitos que frequentam igrejas, participam das suas atividades, mas não produzem frutos. Às vezes, o ato de ser podado, pode também ser terapêutico, pois o Agricultor Celestial limpa toda vara ou ramo que dá fruto, para que dê mais fruto (Jo. 15.2). As aflições do tempo presente podem ser o trabalhar de Deus em nossas vidas, a fim de que sejamos limpados das impurezas, e sejamos capazes de produzir ainda mais. O objetivo central de Deus em nossas vidas é a santificação: “Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade” (II Ts. 2.13). É para isso que somos podados, pois conforme explica Tiago, a prova da nossa fé produz paciência, para que sejamos completos, em Cristo (Tg. 1.2-4). Há crentes que crescem, e produzem frutos em abundância, mas para que isso aconteça, precisam passar pelo cadinho de Deus. Mas é assim que demonstramos, de fato, que somos discípulos de Cristo, e que estamos sendo formados conforme a Sua imagem (Jo. 15.8).

3. A DEMONSTRAÇÃO DO FRUTO
O fruto do Espírito, como temos destacados reiteradamente, depende das condições para se produzido. Ao recorrermos à metáfora agrícola, poderíamos dizer que ele precisa ser cultivado, e essa se inicia com a regeneração, o novo nascimento (Jo. 3.3). Depois dessa decisão, o crente passa a desfrutar de comunhão com Deus, a andar com Cristo em sua vivência diária. Esse contato resulta alimenta para a árvore, que consegue frutificar em amor (Jo. 15.9,10). Aqueles que amam a Deus, e vivem integralmente para Ele, conseguem produzir frutos, e beneficiam também os seus irmãos, e até mesmo os seus inimigos. Jesus foi enfático ao afirmar que aqueles que o amam são os que guardam seus mandamentos (Jo. 14.21). E de fato, toda a Lei de Deus pode ser reduzida no amor, pois “quem ama aos outros cumpriu a lei” (Rm. 13.8), na verdade, “o cumprimento da lei é o amor” (Rm. 13.10). Como declarava Agostinho com muita propriedade: “amem a Deus e façam o que quiserem”. Evidentemente, aqueles que amam a Deus somente farão o que agradam ao Senhor. A produção do fruto do Espírito em nós é uma demonstração contundente de que estamos com Ele. Na medida em que permanecemos em Cristo, Ele produz em nós o Fruto do Espírito, e somos capazes de fazer a Sua vontade. Muitos crentes, alguns deles bastante legalistas, tentam agradar a Deus através dos seus esforços. Por meio da natureza carnal ninguém consegue fazer a vontade de Deus. É Deus em nós que opera nós, que faz com que, através da renúncia, e em Seu Espírito, sejamos obedientes (Fp. 2.13). Aplicando uma declaração do profeta Zacarias, “não é por força nem por violência, mas pelo meu Espírito” (Zc. 4.6).

CONCLUSÃO
No período natalino algumas pessoas montam suas árvores, e colocam como adorno vários frutos de plásticos, a fim de a embelezarem. Algumas dessas árvores são belas, e como se não bastasse, as pessoas as banham com luzes. Mas elas têm a maior limitação que se pode identificar em uma árvore, simplesmente não podem alimentar as pessoas. Há cristãos que não passam de árvores de Natal, investem demasiadamente no exterior, em detrimento do interior. Cristo é a Videira Verdadeira, nos somos os ramos, e devemos nEle e com Ele, por Seu Espírito, dar muitos frutos.

BIBLIOGRAFIA
OLIVEIRA, A. G. Os frutos do Espírito. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.
OLIVEIRA, F. T. As obras da carne e o fruto do Espírito. São Paulo: Reflexão, 2016. 

domingo, 19 de março de 2017

A beleza da Páscoa desde a Torre do Rebanho

Pois na cidade de Davi vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor



Wilma Rejane


Na cidade de Belém da Judeia, havia um lugar chamado " Torre de Éder", é tão incrível as descobertas sobre a relação dessa torre com o nascimento de Jesus que esses acontecimentos não podem ficar em segredo. Deus preparou Sua história de amor para com a humanidade de modo espantoso, de Gênesis a Apocalipse, do começo ao fim dos tempos, o anuncio do Reino de Deus é um roteiro onde tudo se completa perfeitamente. Miraculoso também é saber que ainda que os detalhes históricos e culturais sejam desconhecidos nossos, Deus prossegue operando, porque o fundamento do Reino é a fé pura e simples no Cristo Ressuscitado ao alcance de todos. Existe tanta riqueza nas Escrituras que até dos detalhes, que poderiam passar desapercebidos pelos nossos sentidos, são retirados tesouros, como este sobre a "Torre de Éder, Torre do Rebanho ou Migdal Eder".

Esse lugar é descrito pela primeira vez, no livro de Gênesis:

Assim morreu Raquel, e foi sepultada no caminho de Efrata; que é Belém.E Jacó pôs uma coluna sobre a sua sepultura; esta é a coluna da sepultura de Raquel até o dia de hoje. Então partiu Israel, e estendeu a sua tenda além de Migdal Éder (Torre do Rebanho). Gênesis 35:19-21

Por essa indicação, sabe-se que a Torre de Éder, localizava-se próximo ao túmulo de Raquel. Esse túmulo nunca foi removido de seu lugar original, apesar de ter sofrido reformas em sua estrutura através dos séculos. É irônico, mas tendo o local tanta importância para judeus, por abrigar a esposa de Jacó, por um longo período eles foram proibidos de frequentá-lo, isso aconteceu em 1948 quando jordanianos assumiram o controle da área. Após a vitória israelense na Guerra dos Seis Dias em 1967, o Túmulo foi reaberto aos filhos de Rachel. Ele nunca  mudou de lugar, mas a cidade cresceu e tudo em derredor foi modificado, o lugar antes deserto, hoje é considerado centro da cidade. 

Todo esse progresso urbano, dificultou a localização exata da "Torre de Éder".O certo é que ela existiu e fez parte do cenário que abrigou o Messias. Profeta Miqueias é quem com muita clareza relaciona Jesus à Torre de Éder ou Torre do Rebanho:


Quanto a você, ó torre do rebanho (em hebraico Migdal Éder), ó fortaleza da cidade de Sião, o antigo domínio será restaurado a você; a realeza voltará para a cidade de Jerusalém. Miqueias 4:8

Alguma vez você já havia parado nesse verso e se perguntado o que seria essa "torre do rebanho"? Era noite em Belém, o céu estava repleto de estrelas e os pastores da Torre, vigiavam o rebanho. Mas aquele não era um rebanho comum, nem aquela seria uma simples torre. O local era uma estação onde eram guardados os cordeiros para o sacrifício no Templo em Jerusalém, a poucos metros dali. Dentro do circuito da torre, os cordeiros eram bem tratados e alimentados, a fim de serem conservados sem máculas, sem qualquer osso quebrado, sem defeito algum, próprios para os sacrifícios que se realizavam duas vezes ao dia por todos os dias do ano.


E dir-lhes-ás: Esta é a oferta queimada que oferecereis ao Senhor: dois cordeiros de um ano, sem defeito, cada dia, em contínuo holocausto;Um  cordeiro sacrificarás pela manhã, e o outro cordeiro sacrificarás à tarde;E a décima parte de um efã de flor de farinha em oferta de alimentos, misturada com a quarta parte de um gim de azeite batido. Este é o holocausto contínuo, instituído no monte Sinai, em cheiro suave, oferta queimada ao Senhor. E o outro cordeiro sacrificarás à tarde, como a oferta de alimentos da manhã, e como a sua libação o oferecerás em oferta queimada de cheiro suave ao Senhor. Porém, no dia de sábado, oferecerás dois cordeiros de um ano, sem defeito. Números 28:3-9

A Palavra hebraica para definir a condição dos cordeiros usadas nos sacrifícios no templo é "tamisa" = sem mancha, completo, inteiro, perfeito.

As colinas ao redor de Belém, cidade natal de Davi, abrigava os cordeiros para os sacrifícios no templo e os pastores ficavam em vigia na Torre do rebanho para que nenhum dos animais se perdesse.


O Cordeiro Pascal nasce em Belém

E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre milhares de Judá, de ti me sairá o que será Senhor em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade. Miquéias 5:2


Na noite do nascimento de Jesus, havia pastores nos campos próximos de Belém, um anjo aparece para eles e diz: "É que vos nasceu hoje, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor. E isto vos será por sinal: Achareis um menino envolto em faixas, e deitado em uma manjedoura." Eles foram até Belém e encontraram Maria, José e o bebê deitados na manjedoura. Lucas 2: 11-12 (Ler todo o capitulo Aqui).

Os pastores sabiam exatamente onde ficava a manjedoura (que pode ser traduzida no original como tenda ou lugar de armazenar animais) em Belém, na verdade, só havia uma e ela não era  a manjedoura que a tradição tanto oriental como acidental divulgam. Não havia animais de outras espécies, apenas cordeiros, a manjedoura, na verdade era uma cavidade razoavelmente grande, talhada na rocha que abrigava os cordeiros recém nascidos. Eles eram colocados ali, envoltos a faixas de pano até se acalmarem, isso os impedia de se machucarem ao de debaterem. Também na manjedoura, eram inspecionados sobre manchas e defeitos . 


Os pastores sabiam exatamente onde deveriam ir: Na manjedoura que ficava na Torre do Rebanho. Esse foi o lugar que abrigou o menino Jesus, O Cordeiro de Deus sacrificado na Páscoa para salvação da humanidade. E Jesus nasceu ali, na Torre do Rebanho, para cumprir a profecia de Miqueias de que através da Torre do rebanho viria o Restaurador de Israel e também dos gentios. Jesus, o Cordeiro de Deus, nascendo exatamente no local onde nasciam os cordeiros selecionados para os sacrifícios no Templo em Jerusalém. Depois disso, a Torre poderia ser demolida, afinal O Cordeiro definitivo havia chegado ao mundo para em um só sacrifício redimir o homem do pecado e da morte. Não seria mais necessários os sacrifícios diários.

Ainda em Lucas, sobre José e Maria grávida, em busca de um local para dar a luz lê-se: "E ela deu à luz o seu filho primogênito, e envolveu-o em panos e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem.". Maria precisaria de um lugar para repousar após o parto e como seus parentes moravam em Belém, quando se dirigia até a Torre, ela examinou para saber qual deles lhe daria hospedagem para resguardo, mas de todos ouviu: "Não temos lugar", assim entende-se que Maria, José e Jesus, permaneceram na manjedoura da Torre do rebanho por alguns dias após o parto, sendo cuidados pelos pastores de Belém.



De acordo com o Torá, quando uma mulher tinha um fluxo de sangue, por qualquer motivo, ela era considerada impura. Maria, após o parto, estaria ritualmente impura, por consequência do fluxo de sangue ocasionado do parto. Ela teria que ficar separada do resto da família para não contaminar as pessoas da casa (Levítico 15:19-23). Por esse motivo, as mulheres saiam de casa e iam dar a luz em outro local, após a cessação do sangue e o tempo necessário para purificação, voltavam para o convívio normal em família. Assim, a partir dessa interpretação, é compreensível a indicação de que os familiares de José e Maria, não dispunham de um ambiente isolado para abrigá-los no período pós parto.

Arqueologia Amigdalar Éder

Arqueólogos encontraram as ruínas do que consideram ser a Torre do rebanho, esse fato porém, está abafado devido ao lucrativo comércio que envolve a Igreja da Natividade em Belém. A igreja católica afirma que Jesus teria nascido na gruta onde hoje é a igreja da Natividade e essa tradição é a que prevalece. O melhor de tudo, é saber que a existência da Torre não se faz mais necessária porque temos um Cordeiro Pascal eterno que aboliu sacrifícios de animais.


O Cordeiro definitivo

Jesus nascendo em Belém, no lugar onde o pequeno Davi apascentava as ovelhas, na manjedoura da  Torre do Rebanho nos revela a beleza e soberania de Deus - Isso seria revelado ainda que não houvesse Torre do Rebanho - porém ao constatar o cumprimento da profecia de Miqueias, percebe-se que aquela noite em Belém, onde Maria e José caminhavam até a manjedoura foi o dia mais aguardado pelos pastores da Torre. A partir de então, todos os outros sacrifícios seriam consumados na Pessoa de Jesus. Ele era O Cordeiro mais precioso, perfeito e sem mácula que já haviam envolvido entre os lençóis em Belém.

Eis O Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. João 1:29

Porque é impossível que o sangue de touros e de bodes remova pecados. Hebreus 10:4


Cristo, Eterna Páscoa

Os cordeiros pascais não podiam ter ossos quebrados: "Dela não deixarão até a manhã e dela não quebrarão osso algum; segundo todo o estatuto da Páscoa, o celebrarão" Números 9:12.


E apesar de toda violência cometida contra Cristo, os soldados romanos  não conseguiram quebrar nenhum de seus ossos. Para que se cumprisse as profecias de que Cristo, nossa Páscoa, era o Cordeiro puro, sem mácula e inteiramente revestido dos atributos exigidos para o sacrifício.

Salmo 34:20: Ele lhe guarda todos os seus ossos; nem sequer um deles se quebra.

João 19:32-36: Foram, pois, os soldados, e, na verdade, quebraram as pernas ao primeiro, e ao outro que como ele fora crucificado;Mas, vindo a Jesus, e vendo-o já morto, não lhe quebraram as pernas.Porque isto aconteceu para que se cumprisse a Escritura, que diz: Nenhum dos seus ossos será quebrado. 


É maravilhoso saber que Deus olha para o homem com os braços abertos aguardando seu retorno para uma vida de paz, junto a Ele. E que providenciou desde o começo do mundo, um resgate para nos salvar da morte e do pecado e ainda que tudo está escrito como testemunho de amor e poder, que não se pode apagar, para nossa vida transformar. Jesus veio, desde Belém Efrata, na torre do rebanho, um lugar pequeno e atualmente desconhecido,  mas independente disso, Jesus torna conhecido seu amor inigualável por cada um de nós ao deixar Seu trono de glória para se fazer servo, nascido de mulher e cumprir tudo que estava escrito a Seu respeito, para nossa salvação.

Louvado seja Deus!

Referências: Harold Smith, O Nascimento, disponível em He That Has An Ear
Alfred Edersheim, A Vida e Tempos de Jesus, o Messias, pp 186-87
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UMA VIDA DE FRUTIFICAÇÃO


1º Trimestre/2017

Texto Base: João 15:1-16

“Toda vara em mim que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto” (João 15:2).

INTRODUÇÃO

Aqui findamos os estudos do Primeiro Trimestre letivo de 2017. Nesta última lição, estudaremos a respeito da frutificação na vida do crente. Um aspecto importante que observamos na botânica é que o fruto é o fim, o término de todo um processo fisiológico, é o resultado de todo um ciclo vital. Desde o momento que a semente germina e passa a formar um novo ser (morrendo, como nos fala Jesus), há somente um objetivo, uma finalidade: a formação do fruto. Espiritualmente falando, também vemos que o fim último da vida cristã é a produção do fruto do Espírito Santo. Todo o processo de concessão da vida espiritual tem como finalidade a formação deste fruto. Jesus foi claro ao afirmar que nos escolheu para que vamos, demos fruto e o nosso fruto permaneça (João 15:16). Quem não dá fruto do Espírito Santo não pode ser mantido no meio do povo de Deus e, por isso, é extirpado dele (João 15:2). Jesus deixou isto bem claro tanto na parábola da vinha (Lc.13:6-9), quanto no episódio da figueira infrutífera, que secou mediante a maldição do Senhor (Mt.21:18-22; Mc.11:12-14). Aliás, esta é a única oportunidade do ministério de Jesus Cristo em que O vemos lançando uma maldição, a demonstrar o quanto desagrada ao Senhor a existência de vidas infrutíferas no meio do seu povo. Para agradar a Deus em tudo é indispensável que frutifiquemos em toda a boa obra (Cl.1:10).

I. A VIDEIRA E SEUS RAMOS

Jesus é a Videira Verdadeira; os ramos são os seus discípulos (João 15:5). Ao dizer que era a Videira Verdadeira, Jesus nos indica que havia outra videira, que não seria verdadeira, que não seria frutífera. Por algumas vezes, a Bíblia registra a existência de espécies de árvores frutíferas que eram “bravas”, ou seja, por algum problema, pela própria natureza ou por uma deficiência peculiar, não produziam frutos, não serviam como fonte de alimento, como fonte de vida; é o caso da parra brava (2Rs.4:39), da figueira brava (1Rs.10:27; 1Cr.27:28; 2Cr.1:15; 2Cr.9:27; Is.9:10; Lc.19:4), bem como da uva brava (Is.5:2,4).

1. A parábola da vinha (João 15:1-11). No capítulo 15 de João Jesus trata da parábola da vinha. Nesta parábola, Jesus se descreve como a “Videira Verdadeira” e aqueles que se tornaram seus discípulos, como “os ramos”. Nesta parábola, Jesus mostra quão profundamente estamos ligados a Ele. Essa união é moral, mística e espiritual. A união mística com Cristo, ilustrada pela união entre o pastor e as ovelhas, a cabeça e o corpo, o noivo e a noiva, o fundamento e o edifício, recebe agora uma nova imagem, a videira e os ramos. Trata-se de uma união orgânica, vital, profunda. Ao permanecermos ligados nEle como a fonte da vida, frutificamos. Deus é o lavrador que cuida dos ramos, para que deem fruto (João 15:2,8). Deus espera que todo crente dê fruto.

No Antigo Testamento, a videira é um símbolo comum para Israel, o povo da aliança de Deus (Sl.80:9-16; Is.5:1-7; Jr.2:21; 12:10ss.; Ez.15:1-8; 17:1-21; 19:10-14; Is.10:1,2). Mais notável ainda é o fato de que, sempre que o Israel histórico é referido sob essa figura, enfatiza-se o fracasso da videira em produzir bom fruto, junto com a correspondente ameaça do julgamento de Deus sobre a nação. Nesse momento, em contraste a tal fracasso, Jesus declara: “Eu Sou a videira verdadeira”, isto é, aquela Videira para quem Israel apontava, aquela que produz bom fruto. Jesus, em princípio, já substituiu o templo, as festas judaicas, Moisés, vários lugares santos; nesse ponto, ele substitui Israel como o próprio local do povo de Deus. A Videira Verdadeira não é, portanto, o povo apóstata, e sim o próprio Jesus, e aqueles que são incorporados a ele.

2. Condição para ser produtivo. A condição imprescindível é: os ramos (os discípulos de Cristo) precisam estar ligados à Videira (Cristo). Jesus é a Videira, o tronco no qual os ramos precisam buscar sua seiva para frutificar. Quanto maior a conexão do ramo com o tronco, maior é a capacidade de produção desse ramo. A vida, a força, o vigor, a beleza e a fertilidade do ramo estão na sua permanência no tronco. Longe dEle não temos vida, nem força, nem poder espiritual, apenas morte. Tudo o que somos, sentimos e fazemos vem de Cristo. Ele é a fonte. Jesus disse: “[...) sem mim, nada podeis fazer” (João 15:5). Portanto, permanecer em Cristo é vital para produzir fruto (João 15:4,5). Disse mais Jesus: “(...) O ramo não pode dar fruto por si mesmo [...] porque sem mim nada podeis fazer”.

Em João 15:1-11, o verbo "permanecer" aparece dez vezes. Este é o pensamento central de Jesus. O segredo para uma vida transbordante não é fazer mais por Jesus, mas estar mais com Jesus. O desafio da permanência é passar dos deveres para um relacionamento vivo com Deus. Fora da videira, o ramo é estéril e inútil. Contudo, quando o ramo está ligado à videira, sendo podado na hora certa, ele produz muito fruto. Que fruto é esse? No contexto dos versículos 13 a 17 do capítulo 15 de João, o fruto é o amor, característica fundamental de Deus. Este amor tem de ser desenvolvido pelo processo da poda.

Portanto, permanecer em Cristo é um imperativo, e não uma opção (João 15:4). Deus está mais interessado em nossa vida do que em nosso trabalho. Deus está mais interessado em relacionamento do que em atividade. Ele quer você mais do que suas obras. Permanecer em Cristo não equivale a quanto você conhece de teologia, mas a quanto você tem sede de Deus. Ao permanecer, você busca, anseia, aguarda, ama, ouve e responde a Jesus. Permanecer significa ter mais de Jesus em sua vida, mais dele em suas atividades, seus pensamentos e desejos.

3. A poda. Podar é aparar os ramos que estão atrapalhando o desenvolvimento da planta. A poda ajuda a produzir novos ramos, fazendo com que a produção de frutos seja maior. Na vida espiritual, também somos podados e cuidados pelo Senhor.

Um viticultor usa quatro expedientes na poda: (a) remove os brotos mortos e prestes a morrer; (b) garante que o sol chegue aos galhos cheios de frutos; (c) corta a folhagem luxuriante que impede a produção de frutos; (d) corta os brotos desnecessários, independentemente de quanto pareçam viçosos. Como viticultor, Deus segue o mesmo processo conosco: ele corta as partes da nossa vida que nos roubam a vitalidade e nos impedem de frutificar. O viticultor procura tanto a quantidade quanto a qualidade.

Os cristãos mais frutíferos são aqueles que mais têm sido podados pela tesoura de Deus. Os viticultores podam as vinhas com maior frequência com o passar dos anos. Sem a poda, a planta enfraquece, a colheita diminui. Deus jamais aplicaria a poda se um método mais suave provocasse o mesmo resultado. A dor da poda vem agora, mas o fruto virá depois.

Portanto, a poda é o meio que Deus usa em nossa vida para frutificarmos mais. Deus nos disciplina para darmos frutos; ele nos poda para darmos mais frutos. Na disciplina, o que precisa ser retirado é o pecado; na poda, o que precisa ser retirado é o eu. A disciplina termina quando nos arrependemos do pecado; a poda só terminará quando Deus concluir sua obra em nós na glorificação.

II. FUNDAMENTO DA FRUTIFICAÇÃO ESPIRITUAL

O fundamento da frutificação espiritual é ser cheio do Espírito Santo, de amor ágape e estar ligado à Videira. “Em João 15:1-8, Jesus deixou claro aos seus seguidores que, para darem fruto exuberante para Deus, necessário é que antes cresçam em Cristo e nisso perseverem seguindo os ensinos da Palavra de Deus. Boas condições de crescimento e desenvolvimento da planta no reino vegetal, sem esquecer da boa saúde da semente e do meio ambiente ideal e da limpeza, são elementos indispensáveis para a boa frutificação. É também o que ocorre no reino espiritual, na vida do crente, na Igreja, para que haja em todos nós fruto abundante para Deus.

De que tipo de fruto Jesus estava falando em João 15:1-8? A resposta nos é dada em Gálatas 5:22: “O fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, temperança”. Em outras palavras, o Fruto do Espírito é no crente a existência de um caráter semelhante a Cristo; um caráter que testemunha de Jesus e que o revela em seu viver diário; é a breve vida de Cristo manifestada no cristão. Como é que o povo à nossa volta está vendo Cristo em nós? Em família, no emprego, nas viagens, na escola, na igreja, nos relacionamentos pessoais, nos tratos, no lazer, no porte em geral, na vida cristã?" (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p. 1723).

1. Firmados no amor de Cristo. O Amor é a suprema virtude do Fruto do Espírito, é o Fruto excelente (Gl.5:22). O seu contínuo desenvolvimento deve ser buscado pelo cristão a cada dia, até o dia do arrebatamento da Igreja. Um amor que não é meramente teórico, que não é somente um belo discurso ou um estado mental, mas, sim, um amor prático, que faz boas obras e que faz os homens glorificarem a Deus que está nos céus (Mt.5:16).

O amor não é uma realidade que se possa atingir com o intelecto ou com a mente. Somente aqueles que se convertem e recebem o Espírito Santo em suas vidas é que podem, efetivamente, ter o amor de Cristo e, assim, desenvolver as nove qualidades apontadas nas Escrituras como sendo o fruto do Espírito. Jesus deixou-nos muito claro ao dizer que seus discípulos seriam reconhecidos pelo amor (João 15:12; 1João 2:10,11; 3:10,11).

Esta virtude é a essência da vida cristã, é a expressão do próprio Deus (1João 4:8). Como Deus, Jesus é amor; como humano, Jesus é o próprio amor encarnado. Sendo essencialmente amor, Jesus não tinha como deixar de amar o ser humano; por isso veio a este mundo para se entregar pelo ser humano. Como Ele próprio afirmou: “ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a sua vida pelos seus amigos” (João 15:13). Deus provou o seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores (Rm.5:8), diz-nos Paulo, ele mesmo um eloquente exemplo de quão grande é o amor de Jesus. João, o apóstolo mais próximo a Cristo, a ponto de o Senhor lhe confiar o cuidado de sua própria mãe, é cabal ao dizer que Cristo “como havia amado os seus, que estavam no mundo, amou-os até o fim” (João 13:1b).

2. Por que o amor é a base da frutificação? Porque ele é o alicerce de todas as virtudes. É o fruto excelente. Ele é extensivo nas nove virtudes do Fruto do Espírito. Vejamos:

Ø  Amor – É o amor visando o interesse dos outros (altruísmo).

Ø  Alegria – É o amor em estado de contentamento.

Ø  Paz – É o amor em estado de quietude.

Ø  Paciência – É o amor esperando.

Ø  Benignidade – É o amor agradando.

Ø  Bondade – É o amor ajudando.

Ø  Fidelidade – É o amor confiando e com Lealdade.

Ø  Mansidão – É o amor pacificando.

Ø  Temperança – É o amor equilibrando.

Paulo explica que o amor é maior que a fé e a esperança (1Co.13:13), é maior do que os dons espirituais (1Co.12:31; 13:8-10). Com efeito, o amor é eterno, enquanto que a fé e a esperança não mais existirão quando houver a glorificação dos salvos, pois a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que não se veem (Hb.11:1) e, com a glorificação, teremos cessado de esperar Cristo, bem como O veremos como Ele é (1João 3:2). Ora, por isso mesmo terá cessado a esperança, pois esta esperança é a esperança da glória e a glória já terá chegado - “…esperança que se vê não é esperança; porque o que alguém vê, como o esperará?” (Rm.8:24b).

Não podemos nos esquecer que o amor não consiste apenas em palavras, não é um mero sentimento; o amor é uma ação, uma entrega, a expressão de um sacrifício. O amor precisa ser visto mediante as nossas obras. Não somos, portanto, o que falamos nem o que sentimos, mas o que fazemos. Quem ama se esquece de si mesmo e se empenha pelo outro. O empenho mais sublime é o da própria vida.

3. Cheios do Espírito e de amor. O amor é gerado em nossos corações pela ação do Espírito Santo. O Espírito Santo restaura no homem a imagem de Deus, devolvendo-lhe a capacidade de Amar – “Mas o fruto do Espírito é: amor...”(Gl.5:22). Biblicamente, a vida cristã tem que começar com o Novo Nascimento. Paulo afirmou: “assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2Co.5:17). Neste novo homem o Espírito Santo pode habitar – “...Porque vós sois o templo do Deus vivente...” (2Co.6:16). Assim, na medida em que o homem vai dando lugar ao Espírito Santo, ele vai moldando nesse novo homem a imagem de Deus. Na proporção em que a imagem de Deus vai sendo restaurada, mais e mais a natureza de Deus vai sendo devolvida ao homem, e, “Deus é amor”. É assim que o homem poderá chegar à capacidade plena de amar: de amar a Deus, de amar a si mesmo, de amar o próximo. Deus não pede o que o homem não tem para dar; Deus não exige o que o homem não pode fazer; Deus sabe que os seus filhos têm amor para dar; Deus sabe que seus filhos podem amar até os seus inimigos. Este era o comportamento dos cristãos no princípio da Igreja: levava os crentes a amarem, mesmo sofrendo perseguição e morte (cf. At.7:60).

III. CHAMADOS PARA FRUTIFICAR

"Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça..." (João 15:16).

Deus não está interessado em salvar o pecador simplesmente para usufruir de suas bênçãos. Ele requer de cada cristão uma vida frutífera. Fomos chamados para frutificar.

1. Propósito da frutificação. O propósito da frutificação: expressar o caráter de Cristo, evidenciar o discipulado e glorificar a Deus. Jesus disse: “Meu Pai é glorificado nisto: em que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos” (João 15:8).

a) expressar o caráter de Cristo. Todo fruto revela sua árvore de origem. Da mesma maneira, como membros do corpo de Cristo, devemos refletir naturalmente o seu caráter para que o mundo o veja em nós. Quando as pessoas tomam conhecimento de nossa confissão cristã, podemos vir a ser a única Bíblia que muitas delas "lerão".

b) evidenciar o discipulado. Dar “muito fruto” é uma condição imposta por Jesus para aquele que quiser ser seu discípulo. Ele ressaltou que todo discípulo bem instruído será como seu mestre (Lc.6:40). Isto significa que não é o bastante aceitar Jesus para afirmar: "veja, sou crente!". Ele deseja que produzamos muito fruto. Se assim fizermos, estaremos demonstrando que verdadeiramente somos seus discípulos. Quem não dá fruto não pode dizer que é discípulo de Jesus. Mas, se não nos deixarmos guiar e se não formos ajudados pelo Espírito Santo, não daremos fruto, nem muito, nem pouco.

c) glorificar a Deus (João 15:8). Quando a videira natural produz muitos frutos Deus é glorificado, porque Ele diariamente envia a luz solar e a chuva para fazer a plantação crescer, e constantemente alimenta cada planta pequena, preparando-a para florescer. Que momento de glória será para o Senhor da colheita quando ela for trazida aos celeiros, madura e pronta para usar! Ele fez isto acontecer. Esta analogia agrícola mostra como Deus é glorificado quando estamos em um relacionamento correto com Ele e começamos a “dar muito fruto” em nossas vidas.

A presença de crentes frutíferos leva os ímpios a glorificarem a Deus (Mt.5:16). A Igreja em perfeita consonância com o Espírito Santo, faz com que os homens glorifiquem ao Pai que está nos céus. O trabalho do Espírito Santo é o de glorificar a Jesus (João 16:14), assim como o trabalho de Cristo na Terra foi o de glorificar o Pai (João 17:4). Nós, como corpo de Cristo, temos de prosseguir neste trabalho de glorificação do Pai e isto só será possível através das nossas boas obras.

2. O perigo de uma vida infrutífera (Lc.13:6-9). Uma vida frutífera é a melhor evidência para o nosso coração de que somos realmente discípulo de Cristo. Jesus disse que se conhece a árvore pelo fruto. Uma árvore boa precisa produzir bons frutos, mais frutos (João 15:2) e muito fruto (João 15:5,8).

Assim como a figueira, o cristão infrutífero na vida espiritual corre o risco de ser cortado; é o que Jesus mostra na parábola da figueira infrutífera (cf. Lc.13:6-9). O que contribuiu para que a figueira infrutífera não fosse cortada foi a pronta e amorosa atitude do vinhateiro (Lc.13:8,9). No entanto, nada se sabe sobre o seu fim. Mas, uma coisa é certa, ela teve a oportunidade de continuar plantada, para apresentar os frutos ao seu senhor. Aprendemos, aqui, que embora Deus dê a todos ampla oportunidade de se arrependerem, Ele não tolerará para sempre o pecado. O tempo virá quando a graça e a misericórdia de Deus serão removidas e os impenitentes castigados sem misericórdia.

Outro exemplo que podemos enfatizar é o da figueira sem fruto, em Mateus 21:18-20. Certa feita, Jesus estava indo para Jerusalém e teve fome. Olhou para uma figueira e viu muitas folhas. Foi procurar fruto e não achou. Aquela figueira anunciava fruto, mas não tinha fruto; então, Jesus a fez secar; a árvore nunca mais produziu fruto (cf. Mt.21:19,20). Fruto é o que o Senhor espera de nós, e não folhas. Ele não se contenta com aparência; Ele quer fruto.

Na metáfora da videira, exarada em João 15:1-11, Jesus se apresenta como sendo a “videira verdadeira”; seus discípulos são os ramos e só frutificam se estiverem ligados a Ele, fonte verdadeira de vida. Nesse processo divino, todo ramo que não dá fruto é cortado e lançado fora (cf. João 15:2).

CONCLUSÃO

Se entregarmos todo o controle de nossa vida ao Espírito Santo, Ele infalivelmente vai produzir o seu fruto em nós através de uma ação contínua e abundante. O povo escolhido no Antigo Testamento não correspondeu ao chamado de Deus, foi infrutífero em suas realizações como uma planta que ocupa a terra inutilmente. Muitas igrejas hoje assemelham-se ao Israel daquela época; a cada ano Deus tem procurado frutos, mas só tem encontrado folhas. Todavia, fruto é o que o Senhor espera de nós, e não folhas. Que venhamos a frutificar em todas as áreas da nossa vida, a fim de que o nome de Jesus, o nosso amado, seja glorificado e exaltado.

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Luciano de Paula Lourenço

Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Comentário Bíblico popular (Novo Testamento) - William Macdonald.

Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.

Revista Ensinador Cristão – nº 69. CPAD.

Rev. Hernandes Dias Lopes. Gálatas, a carta da liberdade cristã.

Antônio Gilberto. O Fruto do Espírito. CPAD.

Ev. Caramuru Afonso Francisco. Amor: o Fruto excenlente.PortalEBD_2005.

Comentário Bíblico Pentecostal. Novo Testamento. CPAD.

segunda-feira, 13 de março de 2017

KAIROS Ministério Missionário


Posted: 11 Mar 2017 12:00 AM PST
Mas ele lhe respondeu: Falas como qualquer doida; temos recebido o bem de Deus e não receberíamos também o mal? Em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios.Jó2:10 

O Deus de Jó não era uma criatura graciosa, na beirada do céu, tirando presentinhos embrulhados em papel prateado e dizendo: "Isso vai deixá-lo feliz. Você vai gos­tar." Esse não é o Deus dos céus.

O Deus soberano dos céus dispõe e dispensa o que traz glória a ele. Ele nos envia não só o que é bom, mas também a adversidade. Nosso grande Deus não é obrigado a nos encher de conforto. 

Está vendo esta verdade? "Temos recebido o bem (so­mos rápidos em fazer isso) e não receberíamos também o mal?" Você está pronto para receber a adversidade? 

Na car­ne, na perspectiva horizontal você vai ficar ressentido; vai fugir dela; vai sentir amargura em relação ao Senhor, e dirá: "Que tipo de Deus é esse?"

Mas, na dimensão espiri­tual, vai reconhecer que ele tinha o direito de enviar tanto o desagradável quanto o agradável. Sem esse conceito, você jamais poderá perseverar em meio à pressão. Vai explodir por causa dela!

Ouça, nosso maior alvo na vida não é ser feliz ou ficar satisfeitos, mas dar glória a Deus. Isso contraria a nossa cultura ocidental.

Todo propósito de um pai para a sua família é que seja feliz e satisfeita. Poucos pais — muito poucos — têm como alvo que a família glorifique primeiro a Deus. Gastamos os dedos, chegando ao osso, até o últi­mo dia de nossas vidas para podermos ficar felizes e satis­feitos — e tudo que temos para mostrar como resultado são dedos ossudos.

Nada disso; o grande alvo de Deus para as nossas vidas é glorificá-lo; como disse o apóstolo Paulo, "quer pela vida, quer pela morte"(Filipenses 1:20). 

Ouça o conselho de Jó quando as calamidades se vão:

Bem-aventurado é o homem a quem Deus disciplina; Não desprezes, pois, a disciplina do Todo-Poderoso. Porque ele faz a ferida e ele mesmo a ata; Ele fere, e as suas mãos curam. De seis angústias te livrará, E na sétima o mal te não tocará. Na fome te livrará da morte; Na guerra, do poder da espada. Do açoite da língua estarás abrigado e, Quando vier a assolação, não a temerás. Da assolação e da fome te rirás.Jó 5:17-22

Veja bem, o grande alvo de Deus para nós não é que estejamos confortáveis ou satisfeitos, nem que sigamos um "plano maravilhoso" de sorrisos constantes, felicidade, nenhuma calamidade, nenhum mal e nenhum problema. 

É errado dizer ao não-cristão: "Confie em Deus e seus pro­blemas desaparecerão... Creia em Jesus e não será mais derrotado." Isso é injusto. É claramente não bíblico! 

Em vez disso, por que não ser sincero e dizer: "Creia em Jesus Cristo e poderá entrar num mundo de desafios que nunca conheceu antes, porque se tornará objeto da atenção do próprio Jesus, e os traços de caráter dele serão formados em sua vida.

Para ser franco, não há possibilida­de de eles serem formados sem o fogo e a perda. Desde que nosso alvo é glorificar Cristo, podemos esperar algu­ma perda." Essa é a realidade!

Quando você sofre e perde, tal coisa não significa que está sendo desobediente. De fato, pode significar que está bem no centro da vontade de Deus. O caminho da obediência é muitas vezes marcado por períodos de sofrimento e perda. 

Jó admite honestamente: "Eis que, se me adianto, ali não está; se torno para trás, não o percebo" (Jó 23:8). Eis um homem com um corpo apodrecido, deteriorado; sem filhos e com uma esposa impertinente. Seu coração pesa e ele sai à noite em busca de Deus, clamando: "Olho e não o vejo!" 

As perdas são períodos solitários de crise. 

Eis que, se me adianto, ali não está; se tomo para trás, não o percebo. Se opera à esquerda, não o vejo; esconde-se à direita, e não o diviso. Jó23:8, 9 

Quando você tiver atravessado dias assim, saberá exa­tamente o que Jó está dizendo. 

Extraído do livro Perseverança de autoria de Charles Swindoll 

Por Litrazini

Graça e Paz